Pesquisar este blog

domingo, 17 de junho de 2012

Métodos de soluções de Problemas – Método Kepner Tregoe


Por Mauricio de Oliveira  |  Publicado em: 12/06/2012 

Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. As ferramentas da qualidade podem estar presentes em qualquer método e não são exclusividade de nenhum. A análise deste método será feita sob dez critérios , como a seguir:

Lógica Predominante: O  método pressupõe que um problema é um desvio entre o esperado e o que é realmente verificado, cuja causa é desconhecida, e que cada problema tem uma causa única e específica;

Relação de Causa e Efeito: O método utiliza relações de causa e efeito diretas, segundo as quais uma única causa leva a um único efeito;

Estruturação e Extensão do Método: O método avança até o ponto de definição da solução e planejamento da sua implantação;

Conjunto de Ferramentas: O método Kepner Tregoe utiliza em todos os seus processos de análise uma série de tabelas para sistematizar o desenvolvimento das etapas;

Organização das Informações: Utiliza-se uma série de tabelas para estruturar as informações necessárias ao longo das suas etapas;

Seleção de Problemas: Utiliza uma lógica segundo a qual os problemas são avaliados e priorizados de acordo com alguns critérios e, a seguir, é escolhido um problema específico para análise;

Determinação da Solução: Baseia-se na seleção da solução dentre uma série de alternativas;

Aplicabilidade: É normalmente aplicado a soluções técnicas  muito útil em chão de fábrica, mas aplicável a qualquer situação;

Dificuldade de Assimilação: O método não é de difícil assimilação, uma vez que a estrutura de desenvolvimento do raciocínio é linear e existem etapas definidas a serem seguidas

Difusão dos Métodos: Tem seus processos de difusão baseado nas ações de empresas de consultorias que detém o conhecimento acerca dos mesmos;

Já se sabe que você tem um problema no seu sistema, seja ele qual for, quando alguma coisa vai mal, que existe um desvio ou de desempenho ou de qualidade . Dentro do Método Kepner Tregoe tem considerável peso, para determinar a solução, entender o que “DEVERIA” estar acontecendo e não está. Quanto mais,  exatamente,  você puder definir o que “DEVERIA” estar acontecendo, tanto mais claramen­te   você poderá reconhecer a falha quando ela aparecer.
Alguns detectores de falhas podem apontar problemas onde outros não conseguem perceber nada de errado. Ambos vêem o mesmo desempenho ou qualidade  real, mas o bom detector de falhas, com o “DEVERIA” bem estabelecidos para fazer a comparação,  vê alguma coi­sa de errado; com o refinamento do “DEVERIA”, ele realmente vê o problema claro como o dia. A detecção de falhas começa com uma clara noção do que deveria acontecer. 
A frase de cabeceira é conheça seu sistema por dentro e por fora,  seja ele qual for. Mas o que a frase quer mesmo  dizer é  Saiba o que cada componente do sistema deve estar fazendo, a cada minuto, de cada ângulo. Saiba como ele deve parecer, como deve ser sentido, como deve soar, como deve cheirar, quanto tempo leva para executar.
Conheça perfeitamente o “DEVERIA” de seu produto, do seu processo ou sistema, não. Aí então você estará apto a descobrir falhas. Rapidamente, vapt, vupt!
Algumas vezes dá bons resultados perguntar a si mes­mo,  quando estiver no meio de um problema difícil, O que deveria estar fazendo esta coisa? Acompanhe a ação mentalmente. Pode ser que o desvio fique um pouco mais claro se você assim o fizer.
E quando você estiver diante de equipamento que não lhe seja familiar, pergunte a si mesmo, O que que os idealizadores que projetaram isto tinham em mente? Estabeleça o “DEVERIA” antes de tentar fazer qualquer outra coisa. Mas por que o equipamento funcionou mal ou o produto não saiu bom?  As coisas estavam indo bem, tudo co­mo deveria ser. Depois houve um problema. O equi­pamento não funciona mais como deveria e o produto não é bom. Você sabe que tem um problema. Alguma coisa, em algum lugar mudou. Se não tivesse uma alteração em algum lugar,  as coisas teriam continuado indo bem e você não teria com o que se preocupar. Mas algo aconteceu e é necessário buscar a CAUSA.
A causa do problema é sempre algum tipo de mudança, em algum lugar no sistema. A mudança pode ser na matéria prima com a qual o equipamento esta trabalhando. Estaria mais dura ou mais grossa e por isso você teve problemas.  Ou a mudança pode ser no próprio equipamento. Alguma coisa quebra, ou se desgasta, ou se enfraquece, ou se desajusta. Ou a mudança pode ser naquilo que faz o equipamento funcionar.
Queda de  energia,  perda de um pouco do fluido hidráulico,  ou dife­rença na pressão do ar. Ou, de repente, a mudança pode ser no operador. Ele segura a ferramenta num ângulo diferente, ou opera o equipamento numa velocidade mais baixa, ou muda o dispositivo de alimentação da máquina.
Qualquer que seja a causa da falha, tem de haver uma mudança em uma dessas quatro coisas. Diferentes mudanças produzirão diferentes tipos de fa­lhas. Digamos que você esta na oficina de máquinas en­volvido numa operação de furar. Uma mudan­ça na matéria prima,  tal como apresentar, repentina­mente, uma dureza desigual, produzirá um corte desi­gual com marcas de trepidação na peça. Uma fadiga ou desgaste no equipamento poderia produzir uma irregularidade no furo.
Uma queda brusca de energia elétrica poderia causar uma sobrecarga no motor da fura­deira e talvez até o faça parar ou queimar. Se o operador mudar a posição ao colocar a peça no dispositivo você poderá ter furos fora de posição. Cada tipo de mudança introduzida no sistema produz um tipo diferente de resultado. Você reconhece o tipo de mudança que deve ter ocorrido pelo tipo de falha que você vai ter de cuidar.
Então procurar a causa da falha é perguntar a si próprio que espécie de mudança que você conhece e que poderia produzir esta espécie de resultado. Você estará procu­rando por um tipo particular de mudança que criará um tipo particular de resultado. Você olhará as carac­terísticas peculiares da falha e então se aprofundará na sua experiência no que respeita aos tipos de mudan­ças que você sabe que poderiam produzi-la. Você não está interessado em outras mudanças que poderiam produzir outros tipos de falhas. Você está somente interessado em explicar este problema peculiar.  E como não há muita novidade,  as probabilidades são de você descobrir a causa, rapidamente, e em função de sua experiência.
Mas, uma vez entendida a anatomia  do problema, por onde começar? Ora, você começa com o que você tem, com o próprio problema. A esta altura você não sabe qual é a causa e nem sabe o que fará a respeito, sabe apenas que alguma coisa não está correspondendo ao “DEVERIA”. Você quer entrar em ação logo, seu raciocínio salta à frente das ações que você pode tomar e você já quer sair pedalando...mas vamos com calma.

2 comentários:

  1. Prezado Mauricio,

    Sou engenheiro e instrutor credenciado pela Kepner-Tregoe para ministrar o Curso Análise de Problemas.
    Trabalhei por mais de 30 anos na área industrial, onde ministrei este curso para mais de 500 pessoas de diferentes níveis hierárquicos e diversos níveis de escolaridade.
    A sua empresa também aplica o treinamento desta metodologia ?
    Tenho condições de oferecer a minha consultoria como autônomo, e tenho total disponibilidade para viagens.

    Saudações KT,

    Francisco Carlos Missiaggia
    CREA 6.950/D

    Email : fcmissiaggia@gmail.com
    Telefone : 31- 3141-0411
    Celular : 31-99282-0411

    ResponderExcluir
  2. Muito bom esse texto. Vou ler mais vezes, meditar sobre o assunto.

    ResponderExcluir