Estava revendo um recente post que publiquei há um par de meses “Como se posicionar adequadamente no xadrez corporativo” e
outras considerações me vieram à mente quanto a agilidade necessária para
transitar com eficácia no ambiente organizacional.
As empresas podem ser labirintos complexos, cheios
de voltas, becos sem saída, atalhos e bifurcações. Na maioria das organizações,
o melhor caminho para chegar a algum lugar quase nunca é uma linha reta. Você
acha engraçado? É a mais pura verdade. Existe uma estrutura formal, aquela do
organograma, onde o caminho parece ser uma linha direta, e existe também a estrutura
informal, onde os caminhos se cruzam uma ou várias vezes. Considerando que as
organizações são compostas por pessoas, elas tornam-se complexas, beeemmais
complexas.
É uma “fauna e flora” muito rica: existem pessoas
que agem como filtros, como catalisadores, como obstáculos, como antagonistas,
como guias, como bons samaritanos e ainda como influenciadores. Esta “fauna e
flora” se desenvolve nesse labirinto com maior ou menor intensidade dependendo
da cultura existente. O ponto crucial para alcançar êxito ao transitar pela
complexidade das organizações é justamente encontrar um caminho que o leve à
sua meta no menor tempo e fazendo o menor número de marolas possível. A melhor
maneira de fazer isso é aceitar e absorver a complexidade das empresas (em vez
de combatê-la ou lamuriar-se), aprendendo a andar com destreza pelo labirinto
corporativo.
E aí chego ao cerne deste post,
pois dez considerações são fundamentais neste processo de aprendizado. Veja a
seguir:
Faça uma avaliação
em relação ao seu desempenho. Tente fazer uma avaliação mais
honesta que puder sobre o motivo pelo qual não é suficiente habilidoso ao
realizar o trabalho de maneira suave e eficaz dentro da organização. Peça
feedback para pelo menos uma pessoa de cada grupo com o qual trabalha.
Dê uma sacudida nas
velhas abordagens. O que está fazendo agora que aparentemente não está funcionando? Mude
alguma coisa. Experimente fazer o que geralmente não faz. Observe o que os
demais fazem que é bem mais eficiente comparativamente ao que faz. Monitore o
que funcionou e o que não funcionou.
Passe uma impressão
positiva. O seu estilo pessoal pode estar atrapalhando. As pessoas deixam
impressões diferentes. Quem dá uma impressão positiva consegue fazer mais
coisas dentro da empresa do que aqueles que deixam uma má impressão. De que
lado você está? Não se esqueça que impressões positivas incluem a habilidade de ouvir.
Seja imparcial. As relações que
funcionam estão baseadas na imparcialidade e na consideração do impacto sobre
os demais. Não se limite a fazer solicitações e perguntas, chegue também num
consenso quanto a como pode ajudar, em vez de apenas pedir apoio. Você sabe o
que a área com a qual você entrou em contato precisa para solucionar um
problema ou obter uma informação? Como eles veem esta questão? É importante
para eles? Como serão afetados pelo que você está fazendo? Se isso os impacta
negativamente, você pode oferecer algo em troca?
Mapeie outras
fontes de suporte. Às vezes, o problema está na avaliação das pessoas. Quem quer
mesmo ajudar? Quem vai acabar atrapalhando? No fundo, o que eles querem?
O que eles vão pedir em troca do apoio?
Considere a
natureza da organização (e não se frustre). Às vezes, o problema está em
subestimar a complexidade das organizações. Algumas pessoas sempre gostam de
pensar que as coisas são mais simples do que realmente são. Apesar de ser
possível que algumas empresas sejam simples, a maioria não é. Tenha sempre isso
em mente.
Foque. Às vezes, a falta
de organização é o que lhe causa problemas. Compreender como as organizações
funcionam requer um pouco de disciplina. Você precisa enxergar além do que está
na sua frente para realmente compreender o contexto.
Deixe o rio te
levar. Algumas pessoas sabem quais são os passos necessários para concretizar
algo, mas não tem a paciência necessária para acompanhar o processo. Transitar
pelo labirinto inclui parar de vez em quando e deixar que as coisas sigam seu
próprio curso. Paciência e agilidade em aprender podem fazer uma grande
diferença ao mapear caminhos, esquinas, ruas sem saída e atalhos.
Saiba
esperar o inesperado. Se você geralmente perde a cabeça ou fica frustrado,
pratique as respostas antes do fato se consumar. Qual seria o pior do cenários?
O que faria se isso acontecesse? Pode parar, contar até 10 ou se perguntar por
que algo não pode ser feito. Assim, pode obter as informações necessárias e
criar contra-reações. Não reaja, aprenda.
Identifique
as principais peças e que papéis desempenham no tabuleiro corporativo. Como
elas concretizam as coisas? Em quem confiam para fazer as coisas andarem
mais rápido pelo labirinto? Como você se compara a elas? Quais são as peças
chave que controlam o fluxo de recursos, dados e decisões? Quais são as peças
guias e orientadoras? Conheça cada uma delas mais a fundo.Quais são as
principais antagonistas e quais são as peças-obstáculos? Tente evitá-las e ou
contorná-las. Afinal, nunca é tarde para se aprimorar no xadrez corporativo.
Para estas e outras habilidades gerenciais, conte comigo. Melhor do que você apenas assistir ao Brasil dar o seu melhor, é você também se tornar o melhor que pode ser.
Pablo
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