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sábado, 6 de novembro de 2010

Os erros e acertos do líder paternalista

Por Maiara Tortorette


Há pouco tempo, delegar tarefas e cobrar resultados era responsabilidade do chefe "de seção", temido por uns e inacessível a outros, cargo normalmente ocupado por um funcionário de carreira, assim reconhecido pelos patrões. Hoje, essa figura do passado tornou-se líder de equipe no mundo corporativo; o quadro mudou e esse profissional se tornou peça fundamental junto à equipe de colaboradores, assumindo um relacionamento muito mais direto e eficaz, sendo um real “apoio” em cada área e departamento.

São diversos os perfis de liderança, dentre eles o modelador, o autoritário, o diretivo, o participativo, o visionário, entre outros, e cada um apresenta vantagens e desvantagens para a organização. Alguns com habilidades aguçadas para resultados e metas, outros com incrível facilidade em otimizar o nível de satisfação dos colaboradores. Mas afinal, existe um perfil de liderança ideal?

Considerando a pecularidade de cada empresa quanto às suas necessidades, o melhor perfil sempre será definido de acordo com o que estiver nos objetivos da organização. No entanto, quando se trata da preferência entre os próprios colaboradores, é inegável que o lider paternalista é sempre o mais almejado, por seu perfil mais tranquilo e conciliador.

Para Floriano Serra, palestrante da Magnum Palestras, existem algumas atitudes que definem claramente o líder paternalista:

• Permissivo, conciliador;

• Paciente e tolerante em todas as situações;

• Preocupa-se com o bem-estar do grupo e em não magoar os colaboradores;

• Tenta criar na área um clima cooperativo e de “família”;

• É afetuoso e expressa reconhecimento;

• Tem dificuldades para punir.

Apesar de parecer um profissional ideal, o perfil extremamente protetor acaba prejudicando o desenvolvimento dos colaboradores, e consequentemente, interfere nos negócios da empresa. De acordo com Carolina Manciola, gerente de consultoria e treinamento do grupo Triunfo, este perfil pode ser falho, pois saber o momento certo de aplicar um feedback e apontar melhorias é fundamental. “Algumas vezes, o líder paternalista atém-se apenas aos feedbacks positivos, relevando pontos importantes para o desenvolvimento do profissional. Desta forma acaba não construindo um time capaz de andar sozinho, além de estimular um alto nível de dependência e conforto na equipe”.

Sentimental x Racional

Saber conciliar o emocional e o racional é o mais adequado para qualquer organização. Não há nada de errado em tratar os colaboradores como “filhos”, desde que inclua a esta função o papel de educar e cobrar no momento certo. Para as empresas, é inviável um líder que se preocupe apenas com o a questão de relacionamento e clima, e que deixe para trás ações estratégicas importantes e os resultados.

A psicóloga Mariliz Vargas acredita que o líder democrático é aquele chega mais próximo ao ideal, já que exerce uma função de liderança, confia e acredita na capacidade dos seus subordinados. “É aquele que motiva, que reconhece o potencial de cada um e tem condição de exercer autoridade quando esta se faz necessário. O líder precisa estar preparado para agir em qualquer circunstância, na medida em que o mundo muda cada vez mais rápido”, explica.

“As atuais tendências fazem com que os profissionais queiram trabalhar em uma empresa que lhes proporcione reais e consistentes possibilidades de crescimento e de satisfação no que fazem. Para este segundo item, o paternalista é o mais indicado - mas não necessariamente para o primeiro. Todo gestor deve dar sua contribuição para que sua empresa seja uma das melhores para trabalhar, mas sem esquecer que, para isso, ela precisa ser e continuar lucrativa”, finaliza Floriano.

Fonte: http://www.catho.com.br/jcs/inputer_view.phtml?id=11924

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