Tecnologia inovadora reproduz a pele humana
em laboratório, para a realização de testes de
produtos cosméticos
O Grupo Boticário acaba de dar um passo à frente e se torna a primeira companhia a desenvolver a pele humana em laboratório
no Brasil. A pesquisa e o desenvolvimento do material foram realizados
pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa, localizado na
planta de São José dos Pinhais (PR). O material já é utilizado para o
teste de matérias-primas e produtos acabados (cremes, loções e
maquiagens), tanto para a escolha de ingredientes que serão usados nas
formulações, quanto na segurança dos produtos.
A tecnologia é um método alternativo aos testes em animais
para a indústria cosmética, reconhecido pelo Conselho Nacional de
Controle de Experimentação Animal (Concea) e pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa).
Para elaborar a pele 3D, são utilizadas células
isoladas a partir de tecido descartado de cirurgias plásticas, nos casos
em que há o consentimento do doador para este fim e aprovação de Comitê
de Ética e Pesquisa da instituição. Em laboratório, a pele vai sendo
formada, célula a célula, camada por camada, tal como a pele humana.
Primeiro é feita a derme, composta por fibroblastos, que são
responsáveis pela produção de proteínas, como colágeno, que dão firmeza e
elasticidade à pele. A próxima camada a ser formada é a epiderme,
compostas por células denominadas queratinócitos, responsáveis pelas
funções de barreira e proteção do corpo, e também por melanócitos, que
dão coloração à pele.
“Sabemos que o futuro a gente constrói hoje e, sobretudo, queremos
que ele seja mais sustentável. A inovação é parte da essência do Grupo
Boticário, que sempre investiu em métodos alternativos, e está na
vanguarda da tecnologia para cosméticos. É por isso que queremos
continuar sendo protagonistas nessa trajetória e inspirar mais pessoas e
instituições a abraçarem essa causa com a gente”, explica o diretor de
Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Boticário, Richard Schwarzer.
“A
companhia já não realiza testes em animais nos produtos que desenvolve
há mais de 15 anos e apoia a eliminação dessa atividade com a adoção das
melhores práticas para o desenvolvimento dos produtos”, completa o
gerente de Pesquisa Biomolecular do Grupo Boticário, Márcio Lorencini.
Com a tecnologia inovadora, é possível realizar vários testes numa
mesma unidade de pele reconstituída, que dura sete dias, em vez de 72
horas da pele in natura. A pele 3D permite ainda maior
amplitude e mais assertividade nos testes, pois ela é elaborada a partir
de um pool de células de vários indivíduos.
Entre as vantagens
apontadas estão: evitar testes em animais na indústria cosmética,
redução no número de testes com humanos, maior fidelidade e
confiabilidade aos testes dos produtos, possibilidade de se testar
várias formulações e escolher a melhor em relação à eficácia.
Investimento e pioneirismo
O Grupo Boticário possui um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento,
compatível com o que há de mais avançado no mundo, dentro do segmento de
perfumaria e cosméticos. A estrutura de mais de 8 mil metros quadrados
de área construída, localizada em São José dos Pinhais (PR) e inaugurada
em 2013, recebeu investimentos de R$ 37 milhões.
A empresa investe, ainda, anualmente, cerca de 2,5% de seu
faturamento em Pesquisa e Desenvolvimento e lança de 1 mil novos
produtos por ano. Foi a primeira a adquirir, no Brasil, no setor
privado, em 2007, um cromatógrafo massa/massa –
equipamento de cerca de R$ 1 milhão destinado a pesquisas com
nanotecnologia.
Também foi a primeira a aplicar nanotecnologia em
cosméticos e a desenvolver um produto com triplananotecnologia – que
permite a entrega direcionada dos ativos nas camadas da pele.
Publicado originalmente em LabNetwork
Acessado em 07/01/2016, 09:20 - Horário de Brasília
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