Hugo
Pena Brandão e Carla Patricia Bahry
Revista
do Serviço Público Brasília 56 (2):
179-194 Abr/Jun 2005
Disponível
na web em: http://xa.yimg.com/kq/groups/24137146/1575141967/name/Texto+8+-+Gest%2B%C3%BAo+por+compet%2B%C2%ACncias+.pdf
Acessado em: 01
de setembro de 2012
Introdução
A gestão por competências
tem sido apontada como modelo gerencial alternativo aos instrumentos tradicionalmente utilizados
pelas organizações.
Baseando-se no pressuposto de que o domínio de certos recursos é
determinante do desempenho superior de pessoas e organizações, esse modelo
propõe-se fundamentalmente a gerenciar o gap ou lacuna de competências,
ou seja, a reduzir ao máximo a discrepância entre as competências necessárias à
consecução dos objetivos organizacionais e aquelas já disponíveis na
organização.
A redução ou eliminação de eventuais lacunas de competências
está condicionada ao mapeamento das competências necessárias à consecução da
estratégia organizacional. Para realizar esse mapeamento, a organização pode
fazer uso de diversos métodos e técnicas de pesquisa social, que auxiliam na
realização de um diagnóstico, permitindo não apenas a identificação da lacuna
de competências, mas também o planejamento de ações de recrutamento, seleção e
desenvolvimento profissional, por exemplo.
Este artigo tem
como objetivo apresentar métodos,
técnicas e instrumentos que podem ser utilizados para mapeamento de
competências em organizações públicas e privadas. Para isso, apresentam-se, a seguir,
uma revisão da literatura sobre o conceito de competência, o mapeamento de
competências e a gestão por competências e discutem-se seus pressupostos e suas
aplicações. Ao final, são levantadas implicações da gestão por competências para
o setor público e são apresentadas recomendações práticas.
A noção de competência
O surgimento de modelos de gestão baseados na noção de
competência e, por conseguinte, sua incorporação ao ambiente organizacional fizeram com que o termo competência
adquirisse diferentes conotações, conforme relata McLagan (1997). Não se pretende
aqui discutir as diversas correntes teóricas e as abordagens conceituais
existentes, pois o assunto já foi suficientemente tratado por muitos autores,
tais como Brandão e Guimarães (2001), Dutra (2004) e Fleury e Fleury (2001).
Assim, para efeito deste
artigo, as competências humanas ou profissionais são entendidas como
combinações sinérgicas de conhecimentos, habilidades e atitudes, expressas pelo
desempenho profissional em determinado contexto ou em determinada estratégia
organizacional (CARBONE et al, 2005. FREITAS; BRANDÃO, 2005). Essas competências
são reveladas quando as pessoas agem diante das situações profissionais com as
quais se deparam (ZARIFIAN, 1999) e servem como ligação entre as condutas
individuais e a estratégia da organização (PRAHALAD; HAMEL, 1990).
Sob essa perspectiva, a aplicação de conhecimentos, habilidades
e atitudes no trabalho gera um desempenho profissional. Esse desempenho, por
sua vez, é expresso pelos comportamentos que a pessoa manifesta no trabalho e
pelas consequências desses comportamentos, em termos de realizações e
resultados (GILBERT, 1978). O desempenho da pessoa, então, representa uma
expressão de suas competências (BRANDÃO; GUIMARÃES, 2001). Por essa razão,
alguns autores, como Santos (2001) e Whiddett e Hollyforde (1999), descrevem as
competências humanas sob a forma de comportamentos observáveis no trabalho.
É importante ressaltar, ainda, que alguns autores associam o
conceito de competência não apenas a pessoas, mas também a equipes de trabalho
ou mesmo a organizações. É o caso de Le Boterf (1999), para quem em cada equipe
de trabalho manifesta-se uma competência coletiva, que emerge das relações
sociais que se estabelecem no grupo e da sinergia entre as competências individuais
de seus membros. Prahalad e Hamel (1990), por sua vez, elevam o conceito ao
nível organizacional, referindo-se à competência como um atributo da
organização. É possível, então, classificar as competências como humanas ou
profissionais (aquelas relacionadas a indivíduos ou a pequenas equipes de
trabalho) e organizacionais (aquelas inerentes a toda a organização ou a uma de
suas unidades produtivas).
A gestão por competências
A gestão por competências propõe-se a orientar esforços para
planejar, captar, desenvolver e avaliar, nos diferentes níveis da organização –
individual, grupal e organizacional –, as competências necessárias à consecução
de seus objetivos, conforme explicam Brandão e Guimarães (2001).
O diagrama disposto na
Figura 1 apresenta as principais etapas ou fases desse processo.
Trata-se de um processo contínuo, que tem como etapa inicial a
formulação da estratégia da organização, oportunidade em que são definidos sua
missão, sua visão de futuro e seus objetivos estratégicos. Em seguida, são
definidos os indicadores de desempenho e as metas, com base nos objetivos
estratégicos estabelecidos.
Segundo Carbone e outros
(2005), uma vez formulada a estratégia organizacional, torna-se possível
realizar o mapeamento de competências, o que constitui a segunda etapa do
processo. O mapeamento objetiva identificar o gap ou lacuna de
competências, isto é, a diferença entre as competências necessárias para concretizar
a estratégia formulada e as competências internas já disponíveis na organização,
conforme será discutido no próximo tópico.
É importante ressaltar que, na ausência de ações de captação ou desenvolvimento
de competências, por parte da organização, essa lacuna tende a crescer. Isso
porque a complexidade do ambiente no qual as organizações estão inseridas faz
com que sejam exigidas cada vez mais novas competências. As próprias
competências internas, já disponíveis na organização, podem tornar-se obsoletas
com o passar do tempo.
Por isso, é fundamental
realizar periodicamente o mapeamento e planejar a captação e o desenvolvimento
de competências.
Segundo Brandão e
Guimarães (2001), a captação diz respeito à seleção de competências externas e
à sua integração ao ambiente organizacional, que pode dar-se, no nível
individual, por intermédio de ações de recrutamento e seleção de pessoas e, no
nível organizacional, por meio de parcerias ou alianças estratégicas.
O desenvolvimento, por sua vez, refere-se ao aprimoramento das
competências internas disponíveis na organização, que ocorre, no nível
individual, por meio da aprendizagem e, no nível organizacional, por intermédio
de investimentos em pesquisa (BRANDÃO; GUIMARÃES, 2001). A aprendizagem,
portanto, é o meio pelo qual são desenvolvidas as competências profissionais, enquanto
o desempenho da pessoa no trabalho representa uma manifestação da sua competência,
ou seja, uma expressão daquilo que a pessoa aprendeu (FREITAS; BRANDÃO, 2005).
Na etapa de acompanhamento e avaliação, monitoram-se a execução
de planos operacionais e de gestão e os respectivos indicadores de desempenho, visando
identificar e corrigir eventuais desvios. Ao final do ciclo, são apurados os resultados
alcançados e comparados com
os que eram esperados.
Finalmente, na etapa de retribuição, a organização poderia
reconhecer, premiar e remunerar, de forma diferenciada, as pessoas, equipes de
trabalho e unidades produtivas que mais contribuíram para a consecução dos
resultados planejados, o que serviria de estímulo à manutenção de comportamentos
desejados e à correção de eventuais desvios.
No processo de gestão por
competências, conforme ilustra a Figura 1, a etapa de mapeamento de
competências é de fundamental importância, pois dela decorrem as ações de
captação e desenvolvimento de competências, avaliação e retribuição.
Considerando a relevância dessa
etapa e a carência de literatura que explore o tema em detalhes, o mapeamento
de competências será mais bem discutido no próximo tópico.
Mapeamento de competências
Conforme descrito, o
mapeamento de competências tem como propósito identificar o gap ou lacuna de
competências, ou seja, a discrepância entre as competências necessárias para
concretizar a estratégia corporativa e as competências internas existentes na
organização (IENAGA, 1998). O passo inicial desse processo consiste em
identificar as competências (organizacionais e profissionais) necessárias à
consecução dos objetivos da organização.
Para essa identificação,
geralmente é realizada, primeiro, uma pesquisa documental, que inclui a análise
do conteúdo da missão, da visão de futuro, dos objetivos e de outros documentos
relativos à estratégia organizacional (CARBONE et al., 2005).
Depois, realiza-se a coleta de dados com pessoas-chave da
organização, para que tais dados sejam cotejados com a análise documental,
conforme proposto por Bruno-Faria e Brandão (2003). Podem ser utilizados,
ainda, outros métodos e outras técnicas de pesquisa, como, por exemplo, a
observação, os grupos focais e os questionários estruturados com escalas de avaliação,
como sugerem Guimarães e outros (2001) e Santos (2001).
Antes de discutir cada um
dos métodos e técnicas aplicados ao mapeamento de competências, é importante
observar alguns cuidados metodológicos que devem ser considerados para a
descrição de competências. O mais indicado, segundo Carbone e outros (2005), é
descrever as competências profissionais sob a forma de referenciais de desempenho,
ou seja, de comportamentos objetivos e passíveis de observação no ambiente de
trabalho. Quando a descrição não é clara, as pessoas tendem a dar a cada competência
a interpretação que melhor lhes convém (CARBONE et al., 2005).
A descrição de uma competência, portanto, deve representar um desempenho
ou comportamento esperado, indicando o que o profissional deve ser
capaz de fazer. Esse comportamento deve ser descrito utilizando-se um verbo e
um objetivo de ação1.
A ele pode ser acrescido, sempre que possível e conveniente, uma
condição na qual se espera que o desempenho ocorra. Pode incluir, ainda,
um critério que indique um padrão de qualidade considerado satisfatório,
conforme os exemplos dispostos no Quadro 1, a seguir.
Na descrição de competências, deve-se evitar:
a) a construção de
descrições muito longas e a utilização de termos técnicos que dificultem a
compreensão das pessoas;
b) ambiguidades, como, por exemplo, “implementa modelos de
gestão bem-sucedidos em outras organizações”. Não se sabe, nesse caso,
se a pessoa deve ser capaz de “implementar, na organização em que trabalha,
modelos de gestão que foram bem-sucedidos em outras organizações”, ou, então,
“implementar, em outras organizações, modelos de gestão bem-sucedidos”. Essa
redação é ambígua, dando margem a dupla interpretação;
c) irrelevâncias e obviedades, como, por exemplo, “coordena reuniões que são marcadas”.
Nesse caso, bastaria dizer: “coordena reuniões”;
d) duplicidades, como em “soluciona problemas de forma criativa
e original”;
e) abstrações, como, por exemplo, “pensa o inédito,
sugerindo ideias que resolvam divergências”. Nesse exemplo, seria melhor dizer
simplesmente: “sugere ideias para solucionar problemas”; e
f) a utilização de verbos que não expressem uma ação concreta,
ou seja, que não representem comportamentos passíveis de observação no
trabalho, como, por exemplo,
saber, apreciar, acreditar e pensar, entre outros.
Para obter boas descrições
de competências, Bruno-Faria e Brandão (2003) sugerem:
a) utilizar verbos que expressem uma ação concreta, ou seja, que
representem comportamentos observáveis no trabalho, como, por exemplo, analisar,
organizar, selecionar, comunicar, avaliar e formular;
b) submeter as descrições à crítica de pessoas-chave da
organização, visando identificar possíveis inconsistências e inadequações; e
c) realizar a validação
semântica2 das competências descritas, visando garantir que todos os
funcionários compreendam o comportamento descrito.
Com base nessas
considerações sobre a descrição de competências, pode-se, então, discutir as
principais técnicas de pesquisa e procedimentos utilizados para identificar competências
relevantes à consecução dos objetivos organizacionais. Conforme descrito, geralmente primeiro é
realizada uma análise dos documentos que compõem o planejamento estratégico da
organização.
Essa análise de conteúdo da estratégia organizacional objetiva
identificar categorias, descrever objetivamente o conteúdo de mensagens e identificar
indicadores que permitam fazer inferências a respeito de competências
relevantes para a concretização dos objetivos da organização, conforme sugerem
Guimarães e outros (2001).
Ao assessorar o mapeamento de competências em um órgão
público, Bruno-Faria e Brandão (2003)
fizeram uma análise detalhada do conteúdo de documentos que compunham sua
estratégia, publicados em portarias e decretos governamentais. O órgão era
responsável pela gestão de funções administrativas em uma unidade da Federação,
tendo status de secretaria de Estado. Entre suas atribuições, figuravam o
planejamento, a capacitação e a gestão de servidores públicos para diversos órgãos
do governo. Na visão de futuro dessa secretaria, que expressava a situação futura
desejada por ela para um período aproximado de três anos (amplitude temporal da
visão), havia, entre outras, as seguintes menções (GDF, 2001, p. 14):
“Recursos
físicos, materiais, tecnológicos e financeiros adequados para o desempenho das
atividades da secretaria”;
“Agentes públicos
capacitados, motivados e comprometidos com a excelência dos serviços prestados
à sociedade”.
Ou seja, ao final desse período, a secretaria esperava possuir
todos os recursos necessários ao desempenho de suas funções, assim como prover
o Estado de servidores públicos qualificados e comprometidos com a qualidade
dos serviços prestados à população. Foram realizadas, então, uma análise e uma
interpretação dessa visão de futuro e de outros documentos disponíveis na
secretaria. Verificou-se que, se o processo de desenvolvimento dos servidores
ficasse limitado a ações formais de capacitação, as quais estavam sujeitas a limitações
orçamentárias, dificilmente a secretaria conseguiria concretizar a sua visão de
futuro. Para conseguir os recursos de que necessitava e promover a capacitação dos
servidores, seria preciso não só estabelecer parcerias com a sociedade civil organizada
e o segmento empresarial, mas também estimular o autodesenvolvimento e a
profissionalização dos servidores. Pode-se inferir, então, que, para
concretizar a visão de futuro, alguns servidores dessa secretaria deveriam
possuir, entre outras, as seguintes competências profissionais:
• realiza parcerias com a sociedade civil e o segmento
empresarial, visando obter recursos necessários à consecução dos objetivos da
secretaria; e
• planeja e implementa
ações de comunicação interna (endomarketing) para estimular o
autodesenvolvimento e a profissionalização dos servidores públicos.
A entrevista constitui outra técnica de pesquisa bastante
aplicada ao mapeamento de competências. Geralmente é utilizada para cotejar a
percepção dos entrevistados com os dados apurados na análise documental,
visando identificar as competências relevantes à organização, a exemplo do
mapeamento realizado por Brandão e outros (2002) em um banco público.
Nesse caso, o entrevistador seleciona as pessoas a serem
entrevistadas entre aquelas que possuem maior conhecimento da organização.
Depois, formula um roteiro de perguntas e agenda as entrevistas. Ao iniciar a
coleta de dados, o entrevistador deve expor ao respondente os objetivos do trabalho
e a importância de sua colaboração, bem como garantir o anonimato para quaisquer
declarações. Deve-se, ainda, valorizar a participação do respondente, buscando
uma relação de empatia, conforme descrito por Lodi (1991).
Para compor o roteiro da
entrevista, Carbone e outros (2005) sugerem a utilização de questões, como, por
exemplo:
Que competências
profissionais você julga relevantes para a consecução dos objetivos organizacionais?
Para que a organização consiga
concretizar sua estratégia, os funcionários devem ser capazes de quê?
Como você reconhece um desempenho competente?
É recomendável gravar os
depoimentos e registrar notas que facilitem a compreensão das respostas. Findas
as entrevistas, as respostas devem ser transcritas e analisadas, conforme
sugerem Richardson e outros (1999), visando identificar e descrever, de forma
objetiva, as competências mencionadas pelos entrevistados como relevantes à
organização. Na análise do conteúdo das entrevistas, deve-se interpretar o
discurso do entrevistado, procurando identificar aspectos subjacentes às
respostas (CARBONE et al., 2005).
No mapeamento de competências relevantes a atendentes de um
grande banco público, por exemplo,
Brandão e outros (2001) formularam a seguinte pergunta: “Que competências você
julga importantes para que atendentes e caixas possam prestar um atendimento de
excelência ao cliente?”. O respondente, um executivo do banco, deu o depoimento
a seguir:
“Acho muito importante o atendente interpretar
o comportamento do consumidor. Você sabia que lá em Belo Horizonte um
funcionário percebeu que homens recentemente divorciados são mais predispostos
a adquirir planos de previdência privada para seus filhos? Isto porque se
sentem ‘culpados’ por estarem pouco presentes na educação das crianças. Dessa
forma, buscam alguma compensação para os filhos, algo que possa contribuir para
o seu bem-estar futuro.”
Realizada a análise do conteúdo dessa e de outras respostas, os
autores chegaram à descrição das competências profissionais
consideradas relevantes
para os atendentes e caixas do banco estudado, sendo uma delas assim descrita:
“Identifica oportunidades
negociais a partir do conhecimento do comportamento do consumidor”.
É importante, ainda, verificar a frequência com que cada
competência é mencionada nas entrevistas, visto que o número de menções
realizadas a respeito de determinado item é um indicativo da sua relevância,
conforme sugerem Brandão e outros (2002).
Muitas vezes, nem o pesquisador nem os profissionais objeto do
estudo dispõem de tempo para entrevistas individuais. Nesse caso, uma
alternativa é realizar uma entrevista coletiva, também denominada grupo focal
ou focus group. Em um grupo focal, o entrevistador atua como moderador,
estimulando e coordenando a discussão dos participantes a respeito de
determinado tema, a fim de obter os dados desejados (MATTAR, 1996).
Os grupos geralmente possuem entre 6 e 12 participantes, pois um
número superior a esse pode dificultar a expressão de todos os componentes,
enquanto um número inferior pode não gerar ideias ou manifestações suficientes.
É recomendável, ainda, que os participantes tenham características demográficas
e socioeconômicas semelhantes, para que haja identificação e integração entre
eles, facilitando a discussão, conforme recomendado por Mattar (1996).
Segundo Carbone e outros (2005), a exemplo do que ocorre na
entrevista individual, o entrevistador necessita elaborar um roteiro de
questões e estabelecer os procedimentos para registro dos dados, o tamanho e a
composição do grupo. A discussão realizada pelo grupo focal deve ser transcrita
e analisada, visando identificar quais competências os entrevistados
mencionaram como relevantes à organização.
Para identificar o comportamento competente, o pesquisador pode
optar, ainda, pela observação. Esta constitui-se em uma análise detalhada do
objeto estudado, ou seja, das competências relevantes ao trabalho das pessoas. Segundo
Viegas (1999) e Mattar (1996), a observação pode ser do tipo “participante”,
quando o investigador atua como se fosse um integrante da equipe de trabalho.
Pode, ainda, ser do tipo “não participante”, quando o observador não compõe a
equipe, atuando apenas como espectador.
Independentemente do tipo de observação realizada, é
fundamental, para o bom desenvolvimento do processo de coleta de dados, que
seja mantido um relacionamento amistoso e um clima de confiança entre o investigador
e os componentes da equipe de trabalho. Por meio da observação, torna-se
possível identificar as competências que indivíduos e grupos expressam no
trabalho e o grau de importância delas para o exercício de uma atividade.
Carbone e outros (2005)
ressaltam que uma das vantagens da observação, no mapeamento de competências,
refere-se à possibilidade de verificar detalhes do desempenho de pessoas e
grupos, identificando dados que poderiam ser omitidos pelos pesquisados, caso a
coleta fosse realizada por meio de entrevistas ou questionários.
O questionário, por sua vez, é talvez a técnica mais utilizada
para mapear competências relevantes para um contexto organizacional. A
formatação desse instrumento de pesquisa geralmente requer a aplicação prévia
de uma ou mais das técnicas já relatadas (análise documental, observação e
entrevista), com o objetivo de identificar elementos para compor os itens do questionário,
a exemplo dos trabalhos realizados no banco público e na secretaria de Estado,
mencionados anteriormente.
Nesse caso, o pesquisador identifica, por meio de análise
documental e/ou entrevistas, competências consideradas relevantes para a
organização. Depois, ordena e descreve essas competências – que deverão compor
os itens do questionário –, eliminando ambiguidades, duplicidades e irrelevâncias,
conforme mencionado por Brandão e outros (2001). Para a elaboração dos
enunciados e itens do instrumento, deve-se evitar frases longas e expressões
técnicas, extremadas ou negativas, conforme sugerem Rocha e Christensen (1997),
Viegas (1999) e Richardson e outros (1999).
A próxima etapa consiste em definir a escala mais adequada para
os respondentes do questionário avaliarem o grau de importância das
competências. Segundo Brandão e outros (2001), pode-se utilizar, por exemplo,
uma escala do tipo “diferencial semântico”, também conhecida como escala de
Osgood, que utiliza adjetivos de significados opostos em seus extremos. Nesse caso,
o enunciado do questionário poderia ter o formato do Modelo 1.
Outra alternativa é utilizar uma escala tipo Likert para avaliar
o grau de importância das competências, conforme sugerido por Carbone e outros
(2005). Enquanto na escala de Osgood apenas os pontos extremos da escala
recebem rótulos, na escala tipo Likert todos os pontos recebem rótulos
específicos, como, por exemplo: 1 – Nada importante; 2 – Pouco importante; 3 –
Medianamente importante; 4 – Muito importante; 5 – Totalmente importante. Nesse
caso, o enunciado do questionário poderia ser o do Modelo 2.
Modelo 1: Por favor, considerando os atuais
objetivos da organização em que você trabalha, assinale um número de UM a SEIS,
na escala à direita de cada item, a fim de indicar o quão importante você
considera cada uma das competências relacionadas a seguir. Lembre-se: quanto
mais próximo do número UM você se posicionar, menor o grau de
importância da competência, e quanto mais próximo do número SEIS você se posicionar,
maior o grau de importância.
Modelo 2:
Por favor, considerando os atuais objetivos da organização em que você
trabalha, assinale um número de UM a CINCO, nos parênteses à direita dos itens,
utilizando a escala abaixo para indicar o quão importante você considera as
competências a seguir relacionadas. Escala: 1 – Nada importante; 2 – Pouco
importante; 3 – Medianamente importante; 4 – Muito importante; 5 – Totalmente importante.
Definida a escala a
ser utilizada (Osgoodm ou Likert), é importante, então, estabelecer o número de
pontos. Alguns pesquisadores, como Rocha
e Christensen (1997), sugerem a utilização de escalas com, no mínimo, 4 e, no
máximo, 10 intervalos. Alegam que, utilizando-se escalas com menos de 4 pontos,
pode não haver diferenciação satisfatória e, com mais de 10 pontos, as pessoas
podem ter dificuldade para responder. Se o número de intervalos for ímpar, por
sua vez, torna-se possível atribuir uma resposta neutra; se for par, não se
admite a neutralidade.
É possível também utilizar uma escala comparativa, em que se
compara a importância de uma competência em relação a outra, ou, ainda, uma
escala de ordenação, solicitando ao respondente que ordene as competências de
acordo com a importância de cada uma, colocando, em primeiro lugar, a
competência considerada mais importante e, em último, a menos importante, a
exemplo do trabalho realizado por Santos (2001). Nesse caso, o enunciado do questionário
poderia ser, por exemplo, o do Modelo 3.
É importante também incluir, ao final do questionário, uma seção
destinada aos dados pessoais e profissionais do respondente, como, por exemplo:
idade, gênero, grau de escolaridade, formação, cargo exercido, tempo de
trabalho na organização e outros elementos relevantes, conforme o caso. Tais
dados permitem ao pesquisador identificar, por meio de análises estatísticas,
por exemplo, se o padrão das respostas dos respondentes do sexo masculino
difere do das respostas atribuídas por respondentes do sexo feminino, ou,
ainda, se pessoas com formação superior atribuem respostas diferentes das dos
respondentes sem formação superior, conforme exemplos disponíveis em Brandão e
outros (2001) e Bruno-Faria e Brandão (2003).
Independentemente da escala de avaliação utilizada, é importante
realizar uma validação semântica do questionário antes de sua aplicação,
conforme sugerido por Pasquali (1997), visando verificar se o enunciado, a
escala e os itens do instrumento são compreendidos pelos respondentes. Para realizar
essa análise, o pesquisador deve aplicar o questionário em uma pequena amostra
e depois entrevistar os respondentes, procurando identificar eventuais
dificuldades de resposta, falhas ou incorreções no questionário, eliminar ambiguidades
e itens sugestivos, a exemplo do que foi feito por Brandão e outros (2001) e
por Bruno-Faria e Brandão (2003). Realizados os eventuais ajustes ou as
eventuais correções no instrumento de pesquisa, o pesquisador pode finalmente
aplicá-lo.
Modelo 3: Por favor, ordene as competências
relacionadas a seguir, de UM a Q UATRO, colocando, em primeiro lugar, a
competência mais importante e, em último, a menos importante para a consecução
dos objetivos organizacionais.
Além da identificação das
competências necessárias à estratégia organizacional, o mapeamento de
competências pressupõe também inventariar as competências internas já
disponíveis na organização, com o propósito de identificar a lacuna entre as competências
necessárias e as já existentes na organização (CARBONE et al., 2005).
A identificação das
competências disponíveis na organização geralmente é realizada por meio de
instrumentos de avaliação de desempenho, uma vez que a competência humana é
expressa em função do desempenho da pessoa no trabalho, conforme apontado por
Brandão e Guimarães (2001).
Uma vez realizado o mapeamento da lacuna de competências,
pode-se então planejar e realizar a captação e/ou o desenvolvimento de
competências profissionais, visando minimizar essa lacuna, bem como retribuir
os profissionais que manifestam, de forma exemplar, as competências necessárias
à consecução dos objetivos organizacionais, conforme ilustra a Figura 1,
situada anteriormente.
A seguir, são levantadas as implicações da gestão por
competências para o setor público e são apresentadas recomendações de ordem
prática.
Considerações finais
No contexto atual, a eficiência e a eficácia das organizações
parecem derivar, cada vez mais, de sua capacidade de desenvolver competências e
de integrá-las em torno dos objetivos organizacionais. No setor privado, esse e
outros pressupostos afetos à gestão por competências parecem já ter sido
incorporados ao ambiente organizacional, fundamentando a prática gerencial.
Isso tem ocorrido sobretudo pelo interesse por modelos de gestão
que estimulem a aprendizagem, a adaptação e a inovação, capacidades
consideradas essenciais numa conjuntura de aceleração do desenvolvimento
tecnológico e de crescente exigência por maiores níveis de produtividade.
O setor público também tem procurado acompanhar esse movimento, buscando
adotar a gestão por competências como alternativa de gestão flexível e
empreendedora que possibilite melhorar a qualidade e a eficiência dos serviços públicos
(GUIMARÃES, 2000).
Sob essa perspectiva, os métodos e as técnicas de mapeamento de
competências descritos neste artigo constituem elemento central na gestão por
competências, sendo úteis para nortear a orientação profissional, a avaliação
de desempenho, o planejamento de carreira e o desenvolvimento de competências
dos servidores públicos, entre outros processos, de forma a proporcionar
melhorias na qualidade dos serviços prestados à sociedade.
Cabe ressaltar, no
entanto, que a eficácia e a aplicabilidade, em organizações públicas, de alguns
processos afetos à gestão por competências ainda carecem de discussões mais aprofundadas
e investigações empíricas a respeito. Embora diversas empresas públicas e agências
reguladoras já adotem pressupostos da gestão por competências, como é o caso do
Banco do Brasil (BRANDÃO, 2001), da Caixa Econômica Federal (RIBEIRO, 1999), da
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (GUIMARÃES et al., 2001) e da Agência
Nacional de Energia Elétrica (ÁVILA, 2005), algumas questões parecem permanecer
sem respostas:
Poderia o setor público instituir
formas de remuneração variável baseadas na expressão de competências profissionais?
Como realizar concursos
públicos com base nas competências mapeadas?
Quais as implicações da
gestão por competências no provimento de cargos de confiança?
Em que medida a expressão
de competências profissionais, por parte dos servidores públicos, explicam o
desempenho organizacional?
Esses e outros aspectos
ainda precisam ser mais bem estudados e discutidos.
Constitui também um desafio para as organizações públicas
assumir um papel “qualificante”, como sugere Zarifian (1999), no sentido de
apoiar as iniciativas de desenvolvimento profissional, criar um ambiente que
seja propício à aprendizagem e oferecer aos servidores reais oportunidades de
crescimento na carreira.
É importante lembrar ainda
que, por possuir caráter eminentemente dinâmico, uma competência pode ganhar ou
perder relevância ao longo do tempo. É recomendável, então, que a organização
defina não apenas o grau de importância atual de suas competências, mas também
estime a sua relevância futura. Isso permitiria agir pro-ativamente,
desenvolvendo, no presente, competências que serão importantes no futuro.
Finalmente, recomenda-se evitar a adoção de listas genéricas de
competências, desprovidas de contexto ou desalinhadas da estratégia
organizacional. Cada organização tem suas particularidades, sua cultura,
estrutura e estratégia, entre outros elementos, que a distinguem das demais, o que
exige a definição de rol de competências contextualizado e adequado às suas necessidades
específicas.
(Artigo
recebido em maio de 2005. Versão definitiva em junho de
2005)
Notas
1 Estes procedimentos e
exemplos foram sugeridos por Mager (1990), para a formulação de objetivos
instrucionais, mas, segundo Carbone e outros (2005), aplicam-se à descrição de competências.
2 Esse procedimento consiste em entrevistar servidores com
diferentes características (gênero, idade, nível de escolaridade, cargo
exercido, etc.), objetivando identificar e corrigir eventuais incorreções, falhas,
itens sugestivos e ambiguidades, para garantir que as descrições dos
comportamentos sejam bem compreendidas pelas pessoas a que se destinam. Ver
Pasquali (1997).
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Resumo - Resumen - Abstract
Gestão por competências: métodos e técnicas para mapeamento de
competências
Hugo Pena Brandão e Carla Patricia Bahry
A gestão por competências
tem sido apontada como alternativa aos modelos gerenciais tradicionalmente
utilizados pelas organizações. Propõe-se a orientar esforços para planejar,
captar, desenvolver e avaliar, nos diferentes níveis da organização, as
competências necessárias à consecução de seus objetivos. Uma das principais
etapas desse processo constitui o denominado mapeamento de competências. Este
artigo objetiva apresentar métodos, técnicas e instrumentos utilizados para
mapeamento de competências em organizações públicas e privadas. Para isso,
fazem-se uma revisão da literatura sobre o conceito de competência, o
mapeamento de competências e a gestão por competências, discutindo-se seus
pressupostos e suas aplicações. Ao final, são levantadas as implicações desse modelo
de gestão para o setor público e são apresentadas recomendações práticas.
Palavras-chave: Gestão de pessoas; gestão
por competências; mapeamento de competências.
Gestión por competencias:
métodos y técnicas para el inventario de competencias
Hugo Pena Brandão y Carla Patricia Bahr y
La gestión por competencias es apuntada como alternativa a los
modelos gerenciales tradicionalmente utilizados por las organizaciones. Se
propone a orientar esfuerzos para planear, captar, desarrollar y evaluar, en
los distintos niveles de la organización, las competencias necesarias para la
consecución de sus metas. Una de las principales etapas de ese proceso
constituye lo denominado inventario de competencias. El objetivo de este
artículo es presentar métodos, técnicas y herramientas utilizados para el
inventario de competencias en organizaciones públicas y pri vadas. Por lo
tanto, se realiza uma revisión de la literatura sobre el concepto de
competencia, el inventario de competencia y la gestión por competencias,
discutiendo sus postulados y aplicaciones. Al final, destaca las implicaciones
de esse modelo de gestión para el sector público y ofrece algunas recomendaciones practicas.
Palabras clave: gestión de recursos
humanos, gestión por competencias, inventario de competencias
Competence-based management: methods and techniques of
competence mapping
Hugo Pena Brandão and Carla Patricia Bahry
The competence-based management approach has been
pointed as an alternative to traditional managerial models used by
organizations. It aims to direct efforts towards planning, selecting, developing
and assessing, on all organizational levels, the required competencies to
achieve the organizational goals. One of
the main stages of this process
is namely competence mapping. This paper aims to present methods and techniques
used to competence mapping in public and private organizations. For this
reason, it is presented a review of the literature about competence-based management,
concept and mapping of competences, discussing their postulates and
applications. In addition, implications to the public sector and practical
advices are presented.
Key-words: human resource management,
competence-based management, competence
mapping.
Hugo Pena Brandão
Mestre em Administração e
Doutorando em Psicologia Social e do Trabalho pela Universidade de Brasília
(UnB), Pesquisador Master da Universidade Corporativa Banco do Brasil e
Professor-colaborador da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Brasília) e do Centro
Universitário do Distrito Federal (UniDF). Contato: hugopb@brturbo.com.br.
Carla Patricia Bahry
Mestre em Administração
pela Universidade Feder al de Santa Catarina (UFSC) e Analista da Universidade
Corporativa Banco do Brasil. Contato: carlabahr y@yahoo.com.br.
Revista do Serviço Público
Brasília 56 (2): 179-194 Abr/Jun 2005
Perfeito
ResponderExcluirOlá Paulo! Agradeço pelo comentário, lembrando que neste caso estamos apenas veiculando um artigo de autoria de Hugo Pena Brandão e Carla Patricia Bahry, disponível no link do início da postagem, ainda ativo. Obrigado por nos ajudar a disseminar conteúdo de qualidade para empresários e profissionais, sem fins de obtenção de lucro de qualquer espécie. Grande abraço!
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