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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Delegacia de Polícia no Brasil com certificado ISO 9001:2008

Entrevista com a Sra. Sílvia Aparecida dos Santos, Representante da Direção do Sistema de Gestão pela Qualidade da Delegacia Seccional de Polícia de Avaré / SP.
Seguem as perguntas / respostas:
1 – Qual foi o principal objetivo / necessidade em implementar um Sistema de Gestão pela Qualidade (SGQ) na Delegacia Seccional de Polícia de Avaré / SP?
O principal objetivo é a busca da melhoria contínua em relação aos serviços executados pela Seccional de Avaré, no qual já vinha sendo trabalhado há algum tempo. Partindo deste objetivo, surgiu a ideia de utilizar o SGQ como instrumento para se conseguir o salto de qualidade conquistado.

2 – Qual e como estava o cenário local, no que se refere às partes envolvidas / interessadas no sucesso deste projeto? Como é a relação da Delegacia Seccional de Polícia de Avaré / SP com a comunidade local?
O cenário já se apresentava bom, até porque, como mencionado anteriormente, já havia essa busca por melhoria da qualidade dos serviços prestados. Da mesma maneira, o relacionamento com a hierarquia superior e as unidades policiais vinculadas, bem como com os órgãos que integram o sistema criminal (Poder Judiciário, Ministério Público, Sistema Penitenciário e Ordem dos Advogados), e a imprensa, fluía de maneira satisfatória.
3 – Quando se iniciou a implementação deste SGQ?
Iniciamos a implementação em fevereiro de 2009.
4 – Quando tempo demandou o processo de implementação deste SGQ?
Foram 9 meses de intenso trabalho.
5 – Quem foi o principal motivador para esta implementação deste SGQ?
O Delegado Seccional de Polícia de Avaré / SP, o Dr. Vagner Bertoli.
6 – O que levou este “motivador” a buscar a estruturação / implementação deste SGQ?
O interesse pela inovação da gestão na Administração Pública.
7 – A Delegacia Seccional de Polícia de Avaré / SP conseguiu recursos (técnicos / financeiros) do poder executivo estadual para este “projeto”, ou seja, de implementação do SGQ?
A Delegacia Seccional de Polícia de Avaré / SP conseguiu recursos financeiros do Poder Executivo para custear as despesas de implementação do sistema e sua certificação, sendo que sua operacionalização foi gerenciada pela Escrivã de Polícia, a Sra. Sílvia Aparecida dos Santos (Representante da Direção).
8 – O Governo Estadual possui algum programa de incentivo / qualificação das suas entidades na busca da qualidade / certificação? Caso positivo, como funciona este programa?
O Governo do Estado de São Paulo tem instituído o “Prêmio Paulista de Qualidade de Gestão”, que é regulamentado pela Lei nº 11.594/03. Não existe um programa específico de busca da qualidade e certificação, porém custeia as despesas realizadas por seus órgãos que realizem investimento na busca da qualidade.
9 – Quais foram as estratégias / ações para buscar o comprometimento dos colaboradores / funcionários?
As estratégias utilizadas na busca do envolvimento da equipe passaram por reuniões, discussões, orientações e treinamentos dos funcionários envolvidos. Não se observou nenhuma resistência em relação a implementação do SGQ.
10 – Quais as principais “ferramentas da qualidade” que foram utilizadas nesta fase de implementação do SGQ?
As principais ferramentas da qualidade utilizadas na fase de implementação do SGQ foram: o PDCA e o Diagrama de Ishikawa.
11 – Em que momento / fase deste projeto, pensou-se em além de implementar o SGQ, também buscar a sua certificação por uma norma internacional de gestão pela qualidade, ou seja, a ISO 9001:2008?
Desde o início já se tinha em mente a implementação do SGQ e a busca da sua certificação dentro das normas ISO 9001:2008.

12 - A Delegacia Seccional de Polícia de Avaré / SP utilizou-se de serviços de consultoria para auxiliar na implementação do SGQ? Caso positivo, qual foi o nome desta consultoria e em que fases do “projeto”, estes serviços foram “acionados”?
A Delegacia Seccional de Polícia de Avaré / SP não precisou recorrer a serviços de consultoria externa, posto que a funcionária Sra. Sílvia Aparecida dos Santos realizou essa função, tendo em vista ter participado do Curso de Formação de Consultores, ministrado pela Brisot.
13 – O atual escopo certificado pela ISO 9001:2008 é completo ou parcial? Cite o escopo. Caso seja parcial, o que levou a escolha do escopo inicial, quais foram as justificativas para esta definição de escopo?
O escopo é parcial, recaindo sobre as atividades do Cartório Central da Delegacia Seccional. Clique aqui e veja o nosso certificado.
A escolha deste escopo foi definida em função da abrangência e importância dos serviços do Cartório Central, tanto no inter-relacionamento com as unidades policiais vinculadas como com os outros órgãos externos e a hierarquia superior. Sobretudo, ainda, pelo fato de que a melhoria da qualidade das atividades do Cartório Central reflete de maneira extremamente positiva no trabalho de Polícia Judiciária, que é função básica da Polícia Civil.
14 –  Caso o escopo seja parcial, existe plano de amplia-lo? Caso positivo, qual seria o próximo objetivo de escopo?
Sim. O próximo objetivo é ampliar o SGQ certificado nos serviços de investigação criminal.
15 – Quantos colaboradores foram envolvidos no atual escopo, e quais serão na ampliação?
No escopo atual são dois funcionários do setor (Clóvis Kazunori Yamatsuka – Escrivão-Chefe e Marcelo Henrique Faria – Investigador de Polícia), além da RD (Sílvia Aparecida dos Santos – escrivã de polícia de apoio), bem como a Alta Direção (Dr. Vagner Bertoli, auxiliado pelo Dr. Jorge Cardoso de Oliveira – Delegado Assistente).
Na ampliação do escopo, ainda precisamos analisar. Num primeiro momento, trabalharemos com as equipes de investigadores da Delegacia de Investigações Gerais, mas nada certo ainda. Acabamos de certificar e precisamos amadurecer o processo de aumento do escopo.
16 – O atual SGQ esta baseado em gestão por processos? Caso positivo poderiam divulgar o Macro-Fluxo?
Sim, segue abaixo o Macro-Fluxo do SGQ:
17 – Qual é a atual Política e Objetivos da Qualidade?
A nossa Política da Qualidade é a seguinte:
“Buscar a qualidade dos serviços prestados, aprimorando continuamente os processos, investindo em qualificação profissional e atendendo à satisfação da população.”
E os nossos Objetivos da Qualidade são os seguintes:
  • Garantir a satisfação do cliente;
  • Aumentar a celeridade
  • Promover a capacitação profissional, e;
  • Assegurar a melhoria contínua do SGQ.
18 – Quais são os principais indicadores de desempenho vinculados aos processos / objetivos da qualidade?
Segue abaixo os nossos indicadores de desempenho vinculados aos processos / objetivos da qualidade:
19 – Como foi a fase de elaboração das rotinas / fluxos? Quais foram os principais desafios e conquistas?
Para a elaboração dos processos documentados, foram utilizadas as rotinas já existentes, apenas aperfeiçoando o seu funcionamento, de acordo com os objetivos da qualidade do SGQ.
Dentre os principais desafios, podemos citar o mapeamento dos processos. Por conta das conquistas ficou o ganho em celeridade associada à eficácia alcançada.
Celeridade é prestar os serviços de modo dinâmico e rápido, mas sempre com eficiência e eficácia.
20 – As auditorias internas foram realizadas por equipe interna, ou terceirizada? Quais foram as justificativas para esta decisão?
Terceirizamos as auditorias internas, pelo fato de que a única pessoa treinada se achava envolvida com a implementação do SGQ.
A auditoria interna foi realizada por um auditor com empresa em Curitiba / PR (Gerhard Erich Boehme), o qual também é perito criminal em Registro / SP, mas ele não foi contratado. Fez a primeira auditoria interna, pois ficou sabendo de nosso projeto e quis também conhecer. As próximas auditorias serão realizadas por uma auditora de Avaré e temos planos de formar mais auditores internos na Seccional.
21 – Qual é a frequência e intervalo de realização destas auditorias internas?
Anual, com análise crítica semestral.
22 – Como são gerenciados as não-conformidades e ações corretivas / preventivas?
As não conformidades reais e potenciais são informadas à Direção, ou seja, ao Delegado Seccional de Polícia de Avaré / SP, no qual em conjunto com os colaboradores / funcionários adotam as ações necessárias para a devida correção / prevenção.
Exemplo de não-conformidades:
- Metas não cumpridas: ações corretivas e preventivas por meio de orientações e treinamentos aos policiais das delegacias para agilizarem e aperfeiçoarem os serviços, resultando em informações mais rápidas e confiáveis.
Em todas as não-conformidades, há ação imediata do funcionário do Cartório Central quando toma ciência do fato, sendo após repassada ao Chefe do Cartório Central e, dependendo do caso, levado ao conhecimento da alta direção para que seja determinada a ação corretiva ou preventiva necessária.
23 – Quais foram os critérios de escolha do organismo certificador?
Para a escolha do organismo certificador, foi adotado o processo de licitação, na modalidade de Tomada de Preço, sendo que a empresa Germanischer Lloyd Industrial Services do Brasil Ltda. foi quem ganhou a licitação (menor preço).
24 – As auditorias externas são realizadas com qual frequência / intervalo de tempo?
A frequência das auditorias externas é Anual.
25 – Quais são os principais benefícios de ter este SGQ implementado / certificado / mantido, considerando as partes envolvidas / interessadas?
A implementação do SGQ produz, na sua essência, a melhoria dos serviços prestados. A certificação desse sistema é uma referência de qualidade desses serviços e gera credibilidade para a instituição (no caso a Polícia Civil).
26 – Existem outras organizações públicas que estão consultando a Delegacia Seccional de Polícia de Avaré / SP na busca de informações para uma eventual implementação?
Ainda não, mas isso se justifica pelo fato de que a conquista ainda é muito recente, se encontrando em fase de divulgação. Outra explicação para essa situação é a circunstância de que a cultura da qualidade ainda não parece fazer parte das prioridades das Administrações Públicas.
Contatos: Sílvia Aparecida dos Santos – silvia.santos1@policiacivil.sp.gov.br

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Termos e Definições: Projeto

Projeto: “um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo”. 
PMBOK - Project Management Body of Knowledge









Projeto: " Um processo único, consistindo de um grupo de atividades coordenadas e controladas com datas para início e término, empreendido para alcance de um objetivo conforme requisitos específicos, incluindo limitações de tempo, custo e recursos. "
NBR ISO 10006:2000 - Descrição dos processos de gerenciamento de Projetos




Projeto: “um trabalho único, com objetivos específicos, uma data inicial e final e na maioria dos casos, um orçamento”.
Bonni Biafore, em sua obra On Time! On Track! On Target! Managing Your Projects Successfully with Microsoft Project (Microsoft Press, 2006)

Introdução a Gerência de Projetos


PMBOK define projeto como “um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo”.
A ISO 10006  define projeto da seguinte forma: " Um processo único, consistindo de um grupo de atividades coordenadas e controladas com datas para início e término, empreendido para alcance de um objetivo conforme requisitos específicos, incluindo limitações de tempo, custo e recursos. "
Já Bonni Biafore, em sua obra On Time! On Track! On Target! Managing Your Projects Successfully with Microsoft Project (Microsoft Press, 2006) define projeto como “um trabalho único, com objetivos específicos, uma data inicial e final e na maioria dos casos, um orçamento”. Das definições anteriores, fica claro que um projeto tem duas características principais: temporário e único. Temporário significa que possui um fim. Um projeto pode terminar por atingir os seus objetivos ou por ter sido cancelado. Um projeto pode ser cancelado por ficar claro que o seu objetivo não pode mais ser atingido ou porque não há mais razão para o projeto continuar. Único se refere ao caráter exclusivo do projeto. A produção de algo exclusivo diferencia projetos de operações. Projetos produzem produtos ou serviços únicos, operações produzem produtos ou serviços repetitivos.

Trabalhos contínuos e repetitivos são classificados como operações, um serviço de suporte ao usuário, por exemplo, é uma operação, pois não é um serviço exclusivo e único, e não há um término definido. Desenvolver um software é uma atividade temporária e produz um produto único, portanto a produção de um software é um projeto.
O Project Managment Institute
Existem hoje diversas organizações se dedicam a normatizar e aprimorar o gerenciamento de projetos pelo mundo, sendo as principais:
  • Project Managment Institute (PMI);
  • Association for Project Management (APM);
  • British Standard Institute (BSI);
  • Engineering Advancement Association (ENAA);
  • International Project Management Association (IPMA).
O Project Managment Institute é hoje a maior organização de Gerenciamento de Projetos no mundo, sendo o Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos (PMBOK) adotado amplamente por diversas indústrias, inclusive de software. O PMI foi fundando em 9 de outubro de 1969 por cinco visionários que perceberam a importância do gerenciamento de projetos. Após a primeira reunião oficial, o grupo foi oficialmente criado em Newtown Square, estado da Pensilvânia, Estados Unidos. O objetivo do PMI é criar padrões profissionais, desenvolver pesquisa, e prover recursos e informação, promover a carreira profissional, oferecer o processo de certificação, oportunidades de envolvimento da comunidade e networking.

Em 1984 foi realizada a primeira prova de certificação profissional, PMP (o Project Management Professional), com 43 aprovados de um total de 55 candidatos. Hoje o programa de certificação é certificado ISO 9001, com mais de 260 mil profissionais certificados em todo o mundo, fazendo do programa o mais procurado e de maior reconhecimento mundial.

Em 1986 o PMI produziu a primeira versão do PMBOK, para ajudar os interessados no processo de certificação. O documento acabou por tornar-se o guia oficial do gerenciamento de projetos do PMI. Em 1991, o PMBOK se tornou um padrão ANSI, tendo sua primeira edição oficial publicada em 1993 e revisada em 1996. A segunda edição foi publicada em 1999, mas oficialmente denominada PMBOK 2000. A terceira e atual edição foi lançada em 2004. A quarta edição tem previsão de lançamento para novembro de 2008. O PMBOK é estudado com mais detalhes no próximo capitulo. Hoje, o PMI possui mais de 250 mil membros, em mais de 170 países. É a maior associação de profissionais de gerenciamento de projetos do mundo.

Mais sobre o PMBOK

O PMBOK, ou Project Management Body of Knowledge, atualmente na sua 3º edição, é um conjunto de melhores práticas em gerencia de projetos, criado e mantido pelo PMI. O PMBOK é um guia com um conjunto de conhecimentos em gerencia de projetos, constituindo a base de conhecimento do PMI.

As práticas descritas no PMBOK são descritas como “boas práticas”, cujos resultados são comprovados e amplamente aplicados. Podem também serem práticas inovadoras. Porém as boas práticas não significam que estas devam ser aplicadas de forma uniforme em todos os projetos, cabendo a equipe do projeto definir o que é mais adequado.

O PMBOK é organizado em cinco grupos de processos, também conhecidos como fases, e 44 processos organizados entre os cinco grupos. Existem ainda nove áreas de conhecimento, sendo que cada um dos 44 grupos de processo esta associada a uma área de conhecimento.
Os grupos de Processos do PMBOK são:
  • Iniciação;
  • Planejamento;
  • Execução;
  • Monitoramento e Controle;
  • Encerramento.
As nove áreas de conhecimento do PMBOK são:
  • Gerenciamento de Integração do projeto: Descreve as atividades que integram os diversos elementos do projeto.  Os processos desta área de conhecimentos são: desenvolver o termo de abertura do projeto, desenvolver a declaração do escopo preliminar do projeto, desenvolver o plano de gerenciamento do projeto, orientar e gerenciar a execução do projeto, monitorar e controlar o trabalho do projeto, controle integrado de mudanças e encerramento do projeto.
  • Gerenciamento de escopo do projeto: Descreve os as atividades necessárias para que o projeto inclua todo o trabalho necessário, e apenas o trabalho necessário, para conclusão do projeto.  Os processos desta área de conhecimentos são: planejamento do escopo, definição do escopo, criar EAP, verificação do escopo e controle do escopo.
  • Gerenciamento de tempo do projeto: Descreve os processos necessários para que o projeto seja executado no tempo necessário. Os processos desta área de conhecimentos são: definição da atividade, seqüenciamento de atividades, estimativa de recursos da atividade, estimativa de duração da atividade, desenvolvimento do cronograma e controle do cronograma.
  • Gerenciamento de custos do projeto: descreve os processos necessários para o projeto seja executado no tempo necessário. Os processos desta área de conhecimentos são: estimativa de custos, orçamentação e controle de custos.
  • Gerenciamento de qualidade do projeto: descreve os processos necessários para que o projeto seja produzido dentro dos requisitos de qualidade definidos.  Os processos desta área de conhecimentos são: planejamento da qualidade, realizar a garantia da qualidade e realizar o controle da qualidade.
  • Gerenciamento de recursos humanos do projeto: descreve os processos necessários para gerenciamento e organização dos recursos humanos envolvidos no projeto. Os processos desta área de conhecimentos são: planejamento de recursos humanos, contratar ou mobilizar a equipe do projeto, desenvolver a equipe do projeto e gerenciar a equipe do projeto
  • Gerenciamento de comunicações do projeto: descreve os processos necessários para o gerenciamento de informações do projeto. Os processos desta área de conhecimentos são: Planejamento das comunicações, Distribuição das informações, Relatório de desempenho e Gerenciar as partes interessadas.
  • Gerenciamento de riscos do projeto: descreve os processos necessários para o gerenciamento adequado dos riscos do projeto. Os processos desta área de conhecimentos são: planejamento do gerenciamento de riscos, identificação de riscos, análise qualitativa de riscos, análise quantitativa de riscos, planejamento de respostas a riscos e monitoramento e controle de riscos.
  • Gerenciamento de aquisições do projeto: descreve os processos necessários para o compra ou aquisição de produtos ou serviços e o gerenciamento de contratos.  Os processos desta área de conhecimentos são: planejar compras e aquisições, planejar contratações, solicitar respostas de fornecedores, selecionar fornecedores, administração de contrato e encerramento do contrato.
Dentre os 44 processos, três produzem os documentos que são considerados fundamentais pelo Guia PMBOK, sendo eles:
    • Termo de abertura do projeto;
    • Declaração do escopo do projeto;
    • Plano de gerenciamento do projeto.

Fonte: http://www.fernandoamaral.com.br/Default.aspx?Artigo=51

NBR ISO 10006:2000 - Gerenciamento da qualidade em projetos


A NBR ISO 10006 (2000) fornece diretrizes sobre os elementos do sistema da qualidade, conceitos e práticas para os quais a implementação é importante, e tem impacto, na obtenção da qualidade no gerenciamento de Projetos, e suplementa as diretrizes dadas na NBR ISO 9004-1.

Estas diretrizes são para ter ampla aplicação. Elas são aplicáveis a Projetos, independentemente de serem pequenos ou de grande vulto, simples ou complexos. Elas são para serem usadas por pessoas que têm experiência em gerência de Projetos e necessitam assegurar-se de que sua organização está aplicando as práticas contidas nas normas da família NBR ISO 9000. Podem, também, ser usadas por pessoas experientes em gestão da qualidade e que têm que interagir com as organizações do Projeto, aplicando seus conhecimentos e experiência para o Projeto. Inevitavelmente, alguns grupos de pessoas poderão achar que estas diretrizes são desnecessariamente detalhadas. No entanto, elas poderão ser úteis para outros.

Descrição dos processos de gerenciamento de Projetos [ NBR ISO 10006:2000 ]

1. PROCESSO ESTRATÉGICO 1.1 Processo Estratégico: Define a direção do Projeto e gerencia a realização de outros processos do Projeto.

2. PROCESSOS DE GERENCIAMENTO DE INTERDEPENDÊNCIAS 2.1 Iniciação do Projeto e desenvolvimento do plano de Projeto: Avaliação dos requisitos dos clientes e outras partes interessadas, preparando um plano do Projeto e iniciando outros processos. 2.2 Gerenciamento das interações: Gerenciamento das interações entre os processos durante o Projeto. 2.3 Gerenciamento das mudanças: Antecipação a mudanças e gerenciamento destas ao longo de todos o processos. 2.4 Encerramento: Conclusão dos processos e obtenção de retroalimentação (feedback).

3. PROCESSOS RELACIONADOS AO ESCOPO 3.1 Desenvolvimento conceitual: Definição das linhas gerais sobre o que o produto do Projeto irá fazer. 3.2 Desenvolvimento e controle do escopo: Documentação das características do produto do Projeto em termos mensuráveis e controle dos mesmos. 3.3 Definição das atividades: Identificação e documentação das atividades e etapas necessárias para se alcançarem os objetivos do Projeto. 3.4 Controle das atividades: Controle do trabalho efetivo realizado no Projeto.

4. PROCESSOS RELACIONADOS AO TEMPO 4.1 Planejamento de dependência das atividades: Identificação das inter-relações, interações lógicas e dependências entre as atividades do Projeto. 4.2 Estimativa de duração: Estimativa da duração de cada atividade em conexão com atividades específicas e com os recursos necessários 4.3 Desenvolvimento do cronograma: Inter-relação dos objetivos de prazo do Projeto, para confirmação do cronograma proposto ou para realizar as ações apropriadas para recuparear atrasos. 4.4 Controle do cronograma: Controle da realização das atividades do Projeto, para confirmação do cronograma proposto ou para realizar as ações apropriadas para gerar atrasos.

5. PROCESSOS RELACIONADOS AO CUSTO 5.1 Estimativa de custos: Desenvolvimento de uma estimativa de custos para o projeto. 5.2 Orçamento: Utilização de resultados provenientes da estimativa de custos para elaboração do orçamento do Projeto. 5.3 Controle de custos: Controle de custos e desvios ao orçamento do Projeto.

6. PROCESSOS RELACIONADOS AOS RECURSOS 6.1 Planejamento de recusos: Identificação, estimativa, cronograma e alocação de todos os recursos principais. 6.2 Controle dos recursos: Comparação da utilização real e planejada de recursos, corrigindo se necessário.

7. PROCESSOS RELACIONADOS AO PESSOAL 7.1 Definição de estrutura organizacional: Definição de uma estrutura organizacional para o Projeto, baseada no atendimento às necessidades de projetos, incluindo a identificação das funções e definindo autoridades e responsabilidades 7.2 Alocação de equipe: Seleção e nomeação de pessoal suficiente com a competência apropriada para atender às necessidades do Projeto. 7.3 Desenvolvimento da equipe: Desenvolvimento de habilidades individuais e coletivas para aperfeiçoar o desempenho do Projeto.

8. PROCESSOS RELACIONADOS À COMUNICAÇÃO 8.1 Planejamento da comunicação: Planejamento dos sistemas de informaçãoe comunicação do Projeto. 8.2 Gerenciamento das informações: Tornar disponíveis as informações necessárias da organização do Projeto aos membros e outras partes interessadas. 8.3 Controle da comunicação: Controle da comunicação de acordo com o sistema de comunicação planejado.

9. PROCESSOS RELACIONADOS AO RISCO 9.1 Identificação de riscos: Determinação de riscos do Projeto. 9.2 Avaliação de riscos: Avaliação da probabilidade de ocorrência de eventos de risco e impacto destes sobre o Projeto. 9.3 Desenvolvimento de reação ao risco: Desenvolvimento de planos para reação ao risco. 9.4 Controle de riscos: Implementação e atualização dos planos de risco.

10. PROCESSOS RELACIONADOS AOS SUPRIMENTOS 10.1 Planejamento e controle de suprimentos: Identificação econtrole do que deve ser adquirido e quando. 10.2 Documentação dos requisitos: Compilação das condições comerciais e requisitos técnicos. 10.3 Avaliação dos fornecedores: Avaliação e determinaçào de quais fornecedores devem ser convidados a fornecer produtos. 10.4 Subcontratação: Publicação dos convites à proposta, avaliação daspropostas, negociação, preparação e assinatura de contrato. 10.5 Controle de contrato: Garantia de que o desmpenho dos fornecedores atende aos requisitos contratuais.

Fontes:
NBR ISO 10006:2000 - Gestão da qualidade - Diretrizes para a qualidade no gerenciamento de Projetos
http://pt.wikipedia.org/wiki/ISO_10006

sábado, 4 de setembro de 2010

PPAP: Processo de Aprovação de Peças para Produção (PAPP)


O PPAP é um processo derivado do APQP-PPAP, desenvolvido no final dos anos 80 por uma comissão de experts das três maiores indústrias automobilísticas: Ford, General Motors e Chrysler. Essa comissão investiu cinco anos para analisar o então corrente estado de desenvolvimento e produção automotivo nos Estados Unidos, Europa e especialmente no Japão.

Os requisitos para seus fornecedores são seguir os procedimentos e técnicas do APQP-PPAP, serem auditados e certificados para a norma TS16949.

O processo PPAP é definido pelo Manual APQP-PPAP da AIAG (Automotive Industry Action Group), o qual é parte de uma série de documentos relacionados, atualizados e publicados pela AIAG.base para a criação do processo de Plano de Controle é o Manual da APQP. Os manuais incluem:


A AIAG (Automotive Industry Action Group) é uma associação sem fins lucrativos da indústria automativa, fundada em 1982.

O PPAP possui 18 elementos esenciais Abaixo estão a lista de todos os 18 elementos, e uma descrição breve deles.

1. Histórico do Desenho: o projeto grava a cópia do desenho. Se o cliente for responsável pleo projeto, esta será uma cópia do desenho do cliente que é emitido junto com a ordem de compra . Se o fornecedor for o responsável, este desenho será liberado no momento da liberação do fornecedor.

2. Documento de Mudança de Endenharia Autorizada: documenta o projeto original e mostra a descrição detalhada de mudanças.

3. Aprovação de Engenharia: experimentação da engenharia com as peças de produção executadas na indústria do cliente. “Um desvio provisório” é requerido geralmente para emitir as peças ao cliente antes do PPAP.

4. DFMEA: análise da modalidade e do efeito de falha do projeto (DFMEA), revisto e assinado pelo fornecedor e pelo cliente. Se o cliente for responsável pelo projeto, geralmente não compartilha deste original com o fornecedor. Entretanto, a lista de todas as características críticas ou elevadas do impacto do produto deve ser compartilhada com o fornecedor.

5. Diagrama de Fluxo de Processo: indica todas as etapas e seqüência no processo da fabricação, incluindo novos componentes.

6. PFMEA: processo de análise e modalidade do efeito de falha (PFMEA), assinado pelo fornecedor e pelo cliente. O PFMEA segue as etapas do processo de fluxo e indica-se os erros que podem ocorrer durante a fabricação e no conjunto de cada componente.

7. Plano de Controle: plano de controle, assinado pelo fornecedor e pelo cliente. Segue as etapas de PFMEA e fornece mais detalhes, como as alterações potenciais que podem ser verificadas dentro da qualidade, o processo de produção do conjunto ou durante a inspeção dos produtos.

8. Estudos da Análise do Sistema de Medidas (MSA): MSA contém geralmente as configurações para as características críticas ou elevadas do impacto e a calibragem usada para medir estas características.

9. Resultados Dimensionais: esta lista mostra a característica do produto, a especificação, os resultados da medida e a exibição da avaliação se esta dimensão for “aprovada” ou “não aprovada”. Um mínimo de seis partes são relatadas geralmente por produto/combinação de processos .

10. Registros de Material / Teste de Performance: os registros do material/desempenho testam o sumário de cada teste executado na divisória. Este sumário está geralmente em um formulário de DVP&R (planta e relatório da verificação do projeto), que demonstra cada teste individual, quando foi executado, a especificação, resultados e a passagem da avaliação/falha. Se houver uma especificação da engenharia, geralmente anota-se na cópia. O DVP&R será revisto e assinado por grupos de engenharia do cliente e do fornecedor. O coordenador da qualidade procurará uma assinatura do cliente neste original. Além disso, esta seção lista todas as certificações materiais (aço, plásticos, chapeamento, etc.), como especificado na cópia da certificação material, mostrando as conformidades.

11. Estudos do Processo Inicial: esta seção mostra todas as cartas estatísticas do controle do processo que afetam as características mais críticas. O objetivo é demonstrar que os processos críticos possuem estabilidade.

12. Documentação dos Laboratórios Selecionados: cópias da documentação do laboratório de todas as certificações (exemplo A2LA, de TS, etc) dos mesmos que executaram os testes.

13. Relatório de Aprovação de Aparência: cópia do relatório da aprovação de aparência do formulário de AAI (inspeção de aprovação da aparência) assinado pelo cliente. Aplicável para os componentes que afetam a aparência somente.

14. Amostra das Partes de Produção: produção de amostras do mesmo lote da produção inicial. O pacote de PPAP mostra geralmente um retrato da amostra e onde é mantido (cliente ou fornecedor).

15. Amostra mestra: amostra aprovada e assinada pelo cliente e pelo fornecedor; aquela que será usada para treinar operadores em inspeções subjetivas, tais como visuais ou de ruído.

16. Verificações Adicionais: (dispositivo automático de entrada) quando houver ferramentas especiais para verificar as peças, as mostras desta seção são retratos da ferramenta e os registros da calibração, incluindo o relatório dimensional da ferramenta.

17. Exigências Específicas do Cliente: cada cliente pode ter exigências específicas, a serem incluídas no pacote de PPAP. É uma boa prática pedir ao cliente expectativas de PPAP antes de citar, por exmeplo, uniformes para um trabalho.

18. Certificado de Submissão de Peça (PSW): formulário que sumaria o processo completo do PPAP. Este formulário mostra a razão para a submissão (mudança do projeto, revalidação anual, etc.) e o nível dos originais submetidos ao cliente. Há uma seção que pede resultados que se encontrem com todas as exigências do desenho e da especificação. Se houver algum desvio, o fornecedor deve anotar na autorização ou informar que PPAP não pode ser submetido.

Fonte: http://www.ppap.com.br/website/ppap_historico.html

Como saber se o meu hospital tem perfil para conquistar a Acreditação/ONA?


O conceito de Gestão da Qualidade atinge hoje todo tipo de empresa, independente de seu porte ou especialização. A lógica e a metodologia de implementação do Sistema Brasileiro de Acreditação é capaz de atender todas as diversidades regionais e individuais das instituições no Brasil. Isto porque, o Sistema foi elaborado entendendo as características da rede de saúde brasileira.

O objetivo do Sistema é buscar a responsabilização daqueles que gerenciam as instituições e, garantir a educação na busca de melhorias continuais daqueles que operacionalizam as instituições.

Atualmente, o número de hospitais no Brasil buscando a Acreditação de seus Sistemas de Gestão é cada vez maior, confirmando a tendência mundial de que a conquista do reconhecimento e a sobrevivência das Instituições de Saúde esta na busca de Melhorias Contínuas.

RUBENS JOSE COVELLO
Fonte: http://www.qualiforum.com.br/qualiforum/posts/list/3.page

Revisão ISO TS 16949 - Alterações não são de grande impacto

A ISO/TS 16949:2009 é a terceira edição da norma, que teve sua primeira publicação em 1999. Assim como a ISO 9001:2008, ela não contém novos requisitos e reflete as alterações da última edição da ISO 9001, com as seguintes aplicações:

1) Não há novos requisitos
A ISO/TS 16949:2009 não traz novos requisitos ou alterações. A ISO 9001:2008 contida, fornece esclarecimentos aos requisitos existentes em relação à antiga versão da norma e introduz alterações destinadas a melhorar a coerência com a ISO 14001:2004.

2) Aplicação
Organismos de certificação e empresas devem compreender e aplicar os ajustes da norma ISO/TS 16949:2009. A aplicação dos esclarecimentos relacionados aos requisitos da norma ISO 9001:2008 nos textos emoldurados da ISO/TS 16949:2009 torna-se vigente após 120 dias da publicação da ISO/TS 16949:2009.

3) Status da certificação ISO/TS 16949:2002
Continua em vigor para o ciclo atual de certificação. Certificações de acordo com a ISO/TS 16949:2009 são reconhecidas a partir da data efetiva de publicação da norma. A certificação de acordo com a ISO/TS 16949:2009 não é um upgrade e a validade do certificado continuará a mesma.

4) Emissão de certificados ISO/TS 16949:2009
Certificados reconhecidos pelo IATF para a norma ISO/TS 16949:2009 podem ser emitidos mediante solicitação da organização (cliente) após a sua publicação oficial e após uma auditoria de manutenção, mas sua emissão não é exigida até a próxima auditoria de recertificação.

Fonte: DNV - Organismo de Certificação

Processos de Medição e equipamentos de Medição


Introdução:

Um sistema de medição eficaz assegura que o equipamento de medição e os processos de medição são adequados para o seu uso pretendido e é importante para atingir os objetivos da qualidade do produto e gerenciar o risco de resultado de medição incorreta.

Terminologia:

·         Sistema de gestão de medição (3.1) – conjunto de elementos inter-relacionados e interativos, necessários para obter a comprovação metrológica e o controle contínuo dos processos de medição.

·         Processo de medição (3.2) – conjunto de operações para determinar o valor de uma grandeza.

·         Equipamento de medição (3.3) – instrumento de medição, programa de computador, padrão de medição, material de referência ou dispositivos auxiliares, ou uma combinação deles, necessários para executar um processo de medição.

·         Comprovação metrológica (3.5) – conjunto de operações necessárias para assegurar que um equipamento de medição atende aos requisitos do seu uso pretendido.

NOTA 1         Comprovação metrológica normalmente inclui calibração ou verificação, qualquer ajuste ou reparo necessário, e subseqüente recalibração, comparação com os requisitos metrológicos para o uso pretendido do equipamento, assim como qualquer etiqueta ou lacre necessários.

NOTA 2          Comprovação metrológica não é alcançada, até que, e a menos que, a adequação do equipamento de medição para o seu uso pretendido tenha sido demonstrada e documentada.

NOTA 3          Os requisitos para o uso pretendido incluem considerações tais como amplitude, resolução, erro máximo/erro permitido.

NOTA 4          Os requisitos de comprovação metrológica são normalmente distintos dos requisitos do produto, e não estão especificados nestes requisitos. (do produto)

NOTA 5          Um diagrama dos processos envolvidos na comprovação metrológica é apresentado à seguir:


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Comprovação Metrológica

A comprovação metrológica deve ser projetada e implementada para assegurar que as características metrológicas do equipamento de medição satisfação aos requisitos metrológicos do processo de medição. A comprovação metrológica compreende a calibração e a verificação do equipamento de medição.

Orientação: recalibração de um equipamento de medição não é necessária se o equipamento já estiver em uma situação de calibração válida. Procedimento de comprovação metrológica pode incluir métodos para verificar que as incertezas de medição e/ou        erros de equipamento de medição estão dentro dos limites permissíveis especificados nos requisitos metrológicos.

Informação pertinente à comprovação metrológica da situação do equipamento de medição deve estar prontamente disponível para o operador, incluindo quaisquer limitações ou requisitos especiais.

As características metrológicas do equipamento de medição devem ser adequadas para seu uso pretendido.

NOTA             Características metrológicas de equipamento de medição são fatores que contribuem para a incerteza de medição, os quais possibilitam comparação direta com os requisitos metrológicos no estabelecimento da comprovação metrológica.

Exemplos de características para equipamentos de medição incluem:

A- “faixa”;


Faixa de indicação [range of indication / étendue des indications, f ]
Conjunto de valores limitados pelas indicações extremas.
Observações:
1) Para um mostrador analógico pode ser chamado de faixa de escala;
2) A faixa de indicação é expressa nas unidades marcadas no mostrador, independentemente da unidade do mensurando e é normalmente estabelecida em termos dos seus limites inferior e superior, por exemplo 100ºC a 200ºC;

Observação:
Em algumas áreas, a diferença entre o maior e o menor valor é denominada faixa
(4.19 - Portaria InMetro nº 29 de Março de 1995)

B- “tendência”;

Tendência (de um instrumento de medição) [bias (of a measuring instrument) /
erreur de justesse (d’un instrument de mesure), f]
Erro sistemático da indicação de um instrumento de medição.
Observação:
1) Tendência de um instrumento de medição é normalmente estimada pela média dos erros de indicação de um número apropriado de medições repetidas.
(5.25 - Portaria InMetro nº 29 de Março de 1995)

C- “repetitividade”;

Repetitividade (de um instrumento de medição) [repeatability (of a measuring
instrument) / fidélité (d’un instrument de mesure), f]
Aptidão de um instrumento de medição fornecer indicações muito próximas, em repetidas aplicações do mesmo mensurando, sob as mesmas condições de medição.
Observações:
1) Estas condições incluem:
- redução ao mínimo das variações devido ao observador;
- mesmo procedimento de medição;
- mesmo observador;
- mesmo equipamento de medição, utilizado nas mesmas condições;
- mesmo local;
- repetições em um curto período de tempo.
2) Repetitividade pode ser expressa quantitativamente em termos das características da dispersão das indicações.
(5.27 - Portaria InMetro nº 29 de Março de 1995)

D- “estabilidade”;

Estabilidade [stability / constance, f]
Aptidão de um instrumento de medição em conservar constantes suas características metrológicas ao longo do tempo.
Observações:
1) Quando a estabilidade for estabelecida em relação a uma outra grandeza que não
o tempo, isto deve ser explicitamente mencionado;
2) A estabilidade pode ser quantificada de várias maneiras, por exemplo:
- pelo tempo no qual a característica metrológica, varia de um valor determinado; ou
- em termos da variação de uma característica em um determinado período de tempo.
(5.14 - Portaria InMetro nº 29 de Março de 1995)

E- “histerese”;

A histerese é a tendência de um material ou sistema de conservar suas propriedades na ausência de um estímulo que as gerou. Podem-se encontrar diferentes manifestações desse fenômeno. A palavra "histerese" deriva do grego antigo υστέρησις, que significa 'retardo', que foi cunhada pelo Sir James Alfred Ewing em 1890.

Histerese magnética
Uma família de curvas de histerese medida com uma densidade de fluxo modulada sinusoidalmente com frequência de 50 Hz e campo magnético variável de 0,3 T a 1,7 T.

B = Densidade de fluxo magnético
H = Campo magnético
BR =
Remanência
HC = Coercividade

Quando o campo magnético aplicado em um material for aumentado até a saturação e em seguida for diminuído, a densidade de fluxo B não diminui tão rapidamente quanto o campo H. Dessa forma quando H chega a zero, ainda existe uma densidade de fluxo remanescente, Br. Para que B chegue a zero, é necessário aplicar um campo negativo, chamado de força coercitiva. Se H continuar aumentando no sentido negativo, o material é magnetizado com polaridade oposta. Desse modo, a magnetização inicialmente será fácil, até quando se aproxima da saturação, passando a ser difícil. A redução do campo novamente a zero deixa uma densidade de fluxo remanescente, -Br, e, para reduzir B a zero, deve-se aplicar uma força coercitiva no sentido positivo. Aumentando-se mais ainda o campo, o material fica novamente saturado, com a polaridade inicial.

Esse fenômeno que causa o atraso entre densidade de fluxo e campo magnético é chamado de histerese magnética, enquanto que o ciclo traçado pela curva de magnetização é chamado de ciclo de histerese.

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Exemplo de histerese com metais
Quando o ferro não está magnetizado, seus domínios magnéticos estão dispostos de maneira aleatória. Porém, ao aplicar uma força magnetizante, os domínios se alinham com o campo aplicado. Se invertemos o sentido do campo, os domínios também inverterão sua orientação. Num transformador, o campo magnético muda de sentido muitas vezes por segundo, de acordo com o sinal alternado aplicado. E o mesmo ocorre com os domínios do material do núcleo. Ao inverter sua orientação, os domínios precisam superar o atrito e a inércia. Ao fazer isso, dissipam uma certa quantidade de potência na forma de calor, que é chamada de perda por histerese.

Em determinados materiais, a perda por histerese é muito grande. O ferro doce é um exemplo. Já no aço, esse tipo de perda é menor. Por isso, alguns transformadores de grande potência utilizam um tipo de liga especial de Ferro-silício, que apresenta uma perda por histerese reduzida. Esse tipo de problema também aumenta junto com a freqüência do sinal. Um transformador que apresenta baixa perda nas freqüências menores, pode ter uma grande perda por histerese ao ser usado com sinais de freqüências mais altas.
A histerese produz-se devido ao gasto de energia para inverter os dipolos durante uma mudança de campo eletromagnético.

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Eletrônica
Curva de histerese de um Schmitt trigger
Histerese pode ser utilizada para filtrar sinais de forma que a saída reaja de maneira retardada à história desse sinal. Por exemplo, um termostato controlando um aquecedor pode acioná-lo quando a temperatura cai abaixo da temperatura de 'A' graus Celsius, mas só desligará quando a temperatura ultrapassar 'B' graus Celsius.

Um Schmitt trigger é um circuito eletrônico simples que também exibe essa propriedade. Geralmente, uma quantidade de histerese é intencionalmente adicionada ao circuito eletrônico (ou algoritmo digital) para prevenir chaveamentos (troca de estados) rápidos.
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Histerese)

F- “variações”;

variação
va.ri.a.ção
sf (lat variatione) 1 Ato ou efeito de variar. 2 Modificação, variante. 3 Mudança. 4 Inconstância ou variedade de princípios, de sistema etc.
(http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=varia%E7%E3o)

G- efeitos de “grandeza” que influenciam;

Grandeza (mensurável) [(measurable) quantity / grandeur (mesurable),f]
Atributo de um fenômeno, corpo ou substância que pode ser qualitativamente distinguido e quantitativamente determinado.
Observações:
1) O termo “grandeza” pode referir-se a uma grandeza em um sentido geral (veja exemplo a) ou a uma grandeza específica (veja exemplo b) .
Exemplos:
a) Grandezas em um sentido geral: comprimento, tempo, massa, temperatura, resistência elétrica, concentração de quantidade de matéria;
b) Grandezas específicas:
- comprimento de uma barra
- resistência elétrica de um fio
- concentração de etanol em uma amostra de vinho
2) Grandezas que podem ser classificadas, uma em relação à outra, em ordem crescente ou decrescente, são denominadas grandezas de mesma natureza.
3) Grandezas de mesma natureza podem ser agrupadas em conjuntos de categorias de grandezas, por exemplo:
- Trabalho, calor, energia.
- Espessura, circunferência, comprimento de onda.
4) Os símbolos das grandezas são dados na norma ISO 31.
(1.1 - Portaria InMetro nº 29 de Março de 1995)

H- “resolução”;

Resolução (de um dispositivo mostrador) [resolution (of a displaying device) /
résolution (d’un dispositif afficheur), f]
Menor diferença entre indicações de um dispositivo mostrador que pode ser significativamente percebida.
Observações:
1) Para dispositivo mostrador digital, é a variação na indicação quando o dígito menos significativo varia de uma unidade.
2) este conceito também se aplica a um dispositivo registrador.
(5.12 - Portaria InMetro nº 29 de Março de 1995)

I- discriminação (“limite”);

Erros máximos admissíveis (de um instrumento de medição) [maximum
permissible errors (of a measuring instrument) / erreurs maximales tolérées
(d’un instrument de mesure), f]
Limites de erros admissíveis (de um instrumento de medição) [Limits of
permissible error (of a measuring instrument) / limites d’erreur tolérées (d’un
instrument de mesure), f]
Valores extremos de um erro admissível por especificações, regulamentos, etc para um dado instrumento de medição.
(5.21 - Portaria InMetro nº 29 de Março de 1995)

J- erro;

Erro (de indicação) de um instrumento de medição [error (of indication) of a
measuring instrument / erreur (d’indication) d’un instrument de mesure, f]
Indicação de um instrumento de medição menos um valor verdadeiro de grandeza de entrada correspondente.
Observações:
1) Uma vez que um valor verdadeiro não pode ser determinado, na prática é utilizado um valor verdadeiro convencional (ver. 1.19 e 1.20).
2) Este conceito aplica-se principalmente quando o instrumento é comparado a um padrão de referência.
3) Para uma medida materializada, a indicação é o valor atribuído a ela.
(5.20 - Portaria InMetro nº 29 de Março de 1995)

K- “faixa nominal”.

Faixa nominal [nominal range / calibre, m]
Faixa de indicação que se pode obter em uma posição específica dos controles de um instrumento de medição.
Observações:
1) Faixa nominal é normalmente definida em termos de seus limites inferior e superior, por exemplo, “100ºC a 200ºC”. Quando o limite inferior é zero, a faixa nominal é definida unicamente em termos do limite superior, por exemplo, a faixa nominal de 0 V a 100 V é expressa como “100 V”.
(5.1 - Portaria InMetro nº 29 de Março de 1995)


Fonte (Exceto quando indicado):
NBR ISO 10012:2004 - Requisitos para os Processos de Medição e equipamentos de Medição