Pensar em uma
estratégia de sucesso pode ser trabalhoso. Mas executá-la, garante Lawrence
Hrebiniak, é ainda mais difícil. Para o professor da escola de negócios
Wharton, da Universidade da Pensilvânia, o bom gestor é aquele que consegue
estabelecer uma ponte entre as duas fases, alinhando metas de curto e longo
prazo.
Na visão de
Hrebeniak, nem todo mundo consegue materializar um intrincado plano de
negócios. Outro desafio é manter os funcionários motivados frente a
perspectivas de mudança. Não por menos, o especialista virá ao Brasil no fim de
maio para discutir como transformar estratégia em resultado em um fórum de
gestão promovido pela HSM. Em entrevista à EXAME.com, ele adianta os
principais passos de um bom líder para colocar qualquer plano de pé:
Conheça a fundo a
estrutura da empresa
Uma gestão
centralizada permite reconhecer onde há gordura para queimar: eliminando o
excesso de recursos e desinchando o quadro de funcionários, é possível ficar
mais perto do almejado ganho com economia de escala. Por outro lado, a
manutenção da independência entre as áreas é importante para que a empresa
consiga responder rapidamente às investidas dos competidores e às mudanças no
mercado.
É preciso conhecer
como funcionam os dois modelos dentro da companhia para encontrar um equilíbrio
que seja coerente com as metas da empresa. Antes de tocar um plano mirabolante,
portanto, saiba como ele se encaixaria na estrutura já existente.
"Baixar tarifas e custos, por exemplo, demanda uma administração
mais funcional, com centralização e repetição de processos", afirma
Lawrence Hrebiniak.
Incentive e
aproveite a sinergia entre as áreas
"Quando o foco
está na execução do projeto, a qualidade da estratégia vai determinar parte
importante do sucesso", diz o professor. Trocando em miúdos, é importante
que o plano de negócios seja bem pensado. E que os profissionais designados
para transformá-lo em realidade também tenham sido envolvidos no processo de
arquitetar as mudanças. Do contrário, a transferência de conhecimento
ficará ameaçada, assim como o compromisso com os resultados. Ainda que
diferentes divisões da empresa tenham trabalhos distintos, uni-los e deixá-los
a par de um objetivo comum promoverá uma integração positiva.
Não passe a ideia
de mudança como ameaça
As organizações têm
limitações e capacidades diferentes. Um bom líder conhece quais são elas e
procura maximizar o ganho com as habilidades de seus funcionários - em
quaisquer circunstâncias. Isso significa fazer com que estejam preparados para
mudanças e novas parcerias de trabalho. E que elas sejam repassadas como uma
oportunidade de crescer.
"Algumas pessoas
vão resistir por medo de perder poder ou privilégios que desfrutavam na
organização", reconhece Hrebiniak. Caberá ao bom líder motivar seus
funcionários não pela ameaça à estabilidade - ou aos próprios cargos -, mas
pela chance de participar de um projeto que potencialmente ajudará a empresa a
lucrar mais.
Incentivos são
poderosos; use-os a seu favor
Quando recebem sua
fatia, os empregados se sentem impelidos a seguir - e até incrementar - a
receita do bolo. Para o especialista em estratégia de Wharton, a chance do
projeto ir para frente é muito maior quando as pessoas são contempladas com
incentivos pela sua performance: como expressam os benefícios práticos de
apoiar uma causa, eles funcionam como estímulos poderosos.
É preciso, no
entanto, que os critérios para as gratificações sejam evidentes para todos,
guiados, sobretudo, pelo mérito. "Se alguém tem 5% de aumento, outro tem
10% e ninguém entende o porquê, essa subjetividade influenciará o modo como o
funcionário enxerga a companhia", acredita Hrebiniak. "E a visão será
negativa."
Revele o destino da
viagem a todos os tripulantes
Em algumas empresas,
os objetivos de curto prazo não caminham lado a lado com as metas estratégicas.
"É uma questão de planejamento parcial", diz Hrebiniak. Sem saber em
que medida suas tarefas diárias contribuem com o projeto de longo prazo da
empresa, muitos funcionários deixam de abraçar a causa por simples desconhecimento.
A verdade é que a
execução de uma estratégia requer esforços conjuntos em diferentes níveis
hierárquicos. "As responsabilidades variam, é claro, mas o fim deve ser o
mesmo para todo mundo, esteja a pessoa trabalhando com marketing, na linha de produção
ou no topo da gerência", finaliza Hrebiniak.
Incentivos são poderosos; use-os a seu favor
Revele o destino da viagem a todos os tripulantes
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