Pessoal, prefiro considerar a seguinte abordagem:
1) Não há definição ou obrigatoriedade quanto a quantidade anual ou intervalo entre uma e outra.
2) Considerando que não se deve fazer esforço algum para receber uma auditoria, pois, sistema de gestão que se preza, definitivamente não demanda esforço adicional.. Simplesmente pelo fato de que, sua eficiência é normal ao dia-a-dia e por essa razão, certificação é consequência de uma prática regular constada por um organismo oficial e credenciado para tal.
3) Portanto, se a empresa deseja eficiência ainda maior em seus sistema, deveria adotar de 6 em 6 meses a auditoria externa e de 6 em 6 meses a interna, assim, a cada 3 meses, um ciclo de auditoria acontece, interna ou externa. Com isso, teríamos algo em torno de 1 mês para análise e aprovação de planos, 1 mês para execução e 1 mês para verificação da eficácia, outro ciclo de auditoria e assim sucessivamente ao longo do tempo.
4) Ao planejar com horizonte do ciclo de 3 anos, com auditorias internas ou externas a cada 3 meses, teremos então 12 ciclos que, se planejado estrategicamente, poderão repassar (ênfase) todos os itens da ISO aplicável, é muito importante este planejamento e esta garantia que somente a empresa (você cliente) deve cuidar para que assim seja executado. A isto dá-se o nome de TER UMA ESTRATÉGIA CONSISTENTE para o seus sistema de gestão da qualidade. Poderá completar esta visão um esforço no sentido de dominarem o P do PDCA no primeiro ciclo de certificação baseado nos três primeiros anos. Assim, com 12 anos, a empresa detém maturidade e excelência em cada aspecto do PDCA e a cada ciclo tri-anual a empresa percorre com ênfase, cada aspecto da ISO aplicável. That’s a rock solid approach. Entretanto, é difícil encontrar no mercado, empresas interessadas em levar a coisa a sério desta maneira e é difícil encontrar auditores com este nível de experiência a ponto de realizar um planejamento de desenvolvimento do sistema de gestão da qualidade por 12 anos.
5) Aos que rirem e pensarem em fazer comentários jocosos pelo fato de estarmos no Brasil e que “pega o boi” se chegar no ano que vem com algum estagiário na área de qualidade para manter em ordem os registros da qualidade, pois contrataram um organismo de milésima categoria para chegar lá e dar o ok em meio dia de auditoria, sorry. É opção de vocês esta postura e abordagem, mas não venham criticar quem deseja fazer a coisa certa e orientada a resultados financeiros de rentabilidade associados à melhoria das qualidades de relacionamentos interno e externo(clientes e fornecedores) .
As Auditorias internas e externas devem ser planejadas, suas realizações acompanhadas e monitoradas e em caso de não cumprimento ou atraso (conforme critério da empresa) NC deve ser aberta para tratar o não cumprimento de metas assumidas no sistema de gestão da qualidade (a quantidade de auditorias e os períodos são metas e quando não cumpridas, resultam em NC).
Se você tiver que realizar uma a cada ano por que é muito complexa a auditoria, afirmo: esqueça a ISO formal. Pois em HIPÓTESE ALGUMA deve haver complexidade por trás da realização de uma auditoria interna ou externa. SOMENTE HAVERÁ COMPLEXIDADE quando a empresa não estiver preparada e por tal razão, terá que se preparar, na última hora, no último segundo, maquiando seus processos e registros para poder enganar / ludibriar uma auditoria externa. Com certeza é complexo e trabalhoso este esforço feito desta forma e nesta natureza. Porém ISTO NÃO É GESTÃO DA QUALIDADE é embromation para marketing barato de certificado na parede com organismo que nem deveria estar no mercado.
Pois são estas práticas que denigrem a imagem da qualidade da indústria Brasileira, que desmoralizam os profissionais e as próprias empresas. Devemos pensar nisso com cuidado e deixarmos de querer bancar o “esperto” em cima de coisas que não demandam esperteza maior do que a de simplesmente fazer o que é certo e da melhor maneira, na forma que dê resultados concretos para a empresa. E não adotar iniciativas superficiais, MAL PAGAS, que não se sustentam ao menor sopro da verdade.
Certa vez fui auditar a Alta Administração e pedi que o Diretor Geral (um dos sócios) falasse sobre a missão da empresa, política da qualidade, com as suas palavras. Ele não tinha nem idéia do que eu estava falando. Achou que pagando os funcionários o isentava de ser auditado. Ou seja, levou NC uma atrás da outra, a sua empresa, inclusive no item Alta Administração.
E no final ele ainda agradeceu, pois reconheceu que eu mostrei para ele a importância e a seriedade que deveria haver por trás do comando de uma área de qualidade. E não aquela palhaçada que até então tinham feito na empresa (mobilização, auditorias externas, consultores e auditores orientados ao menor custo e ao quebra galho para passar por auditorias externas, armações com organismos certificadores de baixo custo, etc ...).
Portanto, a opção é de quem paga: pagar pelo que presta ou pagar pelo que não presta. Só não vem reclamar depois da ineficiência e da inutilidade do que fizerem e do desperdício que cometeram ao seu comando, do sr. Decisor do investimento e da forma que determinou que fosse implementado.
*** Aliás este é outro aspecto impressionante: como é que uma diretoria que desconhece uma norma e está alheio aos mecanismos necessários para se fazer realizar um sistema de gestão da qualidade, contrata uma pessoa para ser o operacional braçal da área de qualidade e assume a direção do projeto e toma uma série de iniciativas toscas, incompletas e incoerentes, paga um zé mané de um consultor ou auditor para acertar sua documentação e espera passar por uma auditoria séria ??? Somente recorrendo aos organismos baratos que se prezam a aprovar este tipo de sistema, pois para eles é grana apenas e que se f... a empresa com seu sistema de gestão porcaria. A prostituição deste mercado começa pela Alta Administração, com seu jeitinho esperto de fazer as coisas baratas e meia boca para se dar bem, mais uma vez, agora, no seu sistema de gestão da qualidade. Lamentável ...
A responsabilidade final será sempre da alta administração, que no mínimo, terá aceitado tacitamente a barbaridade cometida em torno do tema Sistema de Gestão da Qualidade, quando na maioria das vezes, terá determinado que assim fosse conduzido o processo.
Não esquecer que a empresa deve ter pelo menos dois auditores internos e que um processo não pode se auditar (processos são auditados por pessoas; áreas não são auditadas e não auditam)
Adriano A. Barbosa