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domingo, 25 de outubro de 2020

Certificação LEED

LEED (em inglês: Leadership in Energy and Environmental Design; em português: Liderança em Energia e Design Ambiental) é uma certificação para construções sustentáveis, concebida e concedida pela organização não governamental United States Green Building Council (USGBC), com intuito de promover e estimular práticas de construções sustentáveis, satisfazendo critérios para uma construção verde:

- Localização e Transporte
- Lotes Sustentáveis
- Eficiência da Água
- Energia e Atmosfera
- Materiais e Recursos
- Qualidade Interna dos Ambientes
- Inovação e Prioridades Regionais)

Foi posto em prática em 1998 e atualmente já possuem ou estão em fase de aprovação, por meio de um selo, milhares de projetos ao redor do mundo.

Imagem: Dubai Chamber of Commerce and Industry; Divulgação USGBC

O objetivo dos "edifícios verdes" é proporcionar um futuro mais saudável e sustentável, além de infraestrutura otimizada, aumento de eficiência e redução de custos.

Outros benefícios incluem:

- colaboradores e visitantes mais satisfeitos
- interiorização do que é bom e prevenção do que não é
- qualidade ambiental interna
- redução da poluição
- maior competitividade
- gestão de performance

Gostaria de conhecer edifícios verdes reconhecidos mundialmente e saber alguns números do setor?

domingo, 4 de outubro de 2020

SIPOC - Definindo Processos Organizacionais

Na melhoria de processos, um SIPOC (às vezes COPIS) é uma ferramenta que resume as entradas e saídas de um ou mais processos em forma de tabela. A sigla SIPOC significa suppliers (fornecedores), inputs (entradas), process (processo), outputs (saídas) e customers (clientes), que formam as colunas da tabela.


Essa sigla estava em uso pelo menos desde os programas de gestão de qualidade total do final da década de 1980 e continua a ser usada hoje em Seis Sigma, lean manufacturing (manufatura enxuta) e gestão de processos de negócios.

Sua aplicação em diagrama pode ser utilizado por uma equipe para identificar todos os elementos relevantes de um projeto de melhoria de processo antes do trabalho começar. Ajuda a definir um projeto complexo que pode não ter um escopo bem definido e é particularmente útil quando não está claro: ◉ Quem fornece insumos para o processo? ◉ Quais especificações são colocadas nas entradas? ◉ Quem são os verdadeiros clientes do processo? ◉ Quais são os requisitos dos clientes?
AS EMPRESAS SÃO GRANDES COLEÇÕES

DE PROCESSOS
José Ernesto Lima Gonçalves




Conforme H. James Harrington (Business process improvement-1991), os processos utilizam os recursos da organização para oferecer resultados objetivos aos seus clientes.

...um processo é um grupo de atividades realizadas numa sequência lógica com o objetivo de produzir um bem ou um serviço que tem valor para um grupo específico de clientes...
Michael Hammer, James Champy
Para se executar um SIPOC, se pode proceder ao seguinte passo-à-passo:

(1) definir o objetivo deste processo;
(2) anotar as saídas (produtos e/ou serviços processados);
(3) definir os clientes, tanto internos quanto externos;
(4) registrar as entradas de materiais e informações necessárias para execução do processo;
(5) definir os fornecedores, contemplando colaboradores envolvidos e seus insumos derivados de processos anteriores;
(6) definir passos da transformação das entradas em saídas.

FÁBIO CARVALHO: Profissional com vivência de 20 anos implementando, coordenando e auditando sistemas de gestão da Qualidade, Ambiental e Saúde. Conhecimentos em empresas de diversos segmentos, incluindo indústria, comércio e serviços, além de laboratórios e organismos de certificação.


Experiência em planejamento e gestão estratégica, governança corporativa, gestão de pessoas, privacidade das informações, gestão de riscos, sustentabilidade, gestão com foco em resultados, produtos e serviços regulamentados.


sábado, 26 de setembro de 2020

Diagrama de Causa e Efeito para Área de Saúde

Muitos conhecem a ferramenta de Kaoru Ishikawa e os "5M's" popularmente utilizados na indústria para investigar causas-raiz para não conformidades desde os anos de 1950...

O que poucos sabem (e é muito interessante) é que na área de saúde, existe um grupo de causas que descrevem fatores contribuintes para um incidente clínico, determinado pelo Systems analysis of clinical incidents: The London Protocol que pode ser facilmente adaptado à tradicional ferramenta do guru da Qualidade:



FATORES DO PACIENTE: condição (complexidade e gravidade); linguagem e comunicação; e personalidade e fatores sociais.


FATORES DA TAREFA: projeto de tarefas e clareza de estrutura; disponibilidade e uso de protocolos; disponibilidade e precisão dos resultados dos testes; e apoio à decisão.


FATORES INDIVIDUAIS: conhecimento e habilidade; competência; e saúde física e mental.


FATORES DAS EQUIPES: comunicação verbal e escrita; supervisão e disponibilidade de suporte; estrutura do time (congruência, consistência, liderança, etc.).


• FATORES ORGANIZACIONAIS: recursos financeiros e restrições; estrutura organizacional; políticas, padrões e metas; e cultura e as prioridades de segurança. 


FATORES DO AMBIENTE DE TRABALHO: variação de níveis de pessoal e habilidades; padrões de trabalho e turnos; projeto, disponibilidade e manutenção de equipamentos; apoio administrativo e gerencial; e ambiente e clima de trabalho.






sábado, 22 de agosto de 2020

Competência e a diferença entre Dado, Informação e Conhecimento

 O que é ser competente?


As normas ISO nos falam sobre a capacidade de aplicar conhecimento e habilidades para alcançar resultados pretendidos;

Reforçam ainda que competência pode ser avalidada através da combinação de três fatores:
  • Formação acadêmica
  • Treinamento
  • Experiência

Isto não difere em muito do acrônimo CHA proposto em 1996 por Scott B. Parry, no livro "The quest for competencies":

Conhecimento: saber
Habilidade: saber fazer
Atitude: querer fazer

Valdemar Setzer propõe uma conceituação de "competência" levando em consideração a definição do que vem a ser "dado", para daí partir para a caracterização (e não definição) de "informação", seguindo-se "conhecimento" e "competência".

Dado

Seqüência de símbolos quantificados ou quantificáveis, os quais podem ser quantificados e depois reproduzidos sem que se perceba a diferença para com o original.

Um texto é um dado. De fato, as letras são símbolos quantificados, já que o alfabeto, sendo um conjunto finito, pode por si só constituir uma base numérica (a base hexadecimal empregada em geral nos computadores usa, além dos 10 dígitos decimais, as letras de A a E).

Também são dados fotos, figuras, sons gravados e animação, pois todos podem ser quantificados ao serem introduzidos em um computador, a ponto de se ter eventualmente dificuldade de distinguir a sua reprodução com o original.

Desta forma, um dado é necessariamente uma entidade matemática e puramente sintático, ou seja, os dados podem ser totalmente descritos através de representações formais, estruturais.

Informação


Abstração informal (isto é, não pode ser formalizada através de uma teoria lógica ou matemática), que está na mente de alguém, representando algo significativo para essa pessoa.

Note-se que isto não é uma definição, é uma caracterização, porque "algo", "significativo" e "alguém" não estão bem definidos; assume-se aqui, portanto, um entendimento intuitivo desses termos.

Por exemplo, a frase "Paris é uma cidade fascinante" é um exemplo de informação – desde que seja lida ou ouvida por alguém, desde que "Paris" signifique para essa pessoa a capital da França (supondo-se que o autor da frase queria referir-se a essa cidade) e "fascinante" tenha a qualidade usual e intuitiva associada com essa palavra.

Se a representação da informação for feita por meio de dados, como na frase sobre Paris, pode ser armazenada em um computador.

Assim, não é possível processar informação diretamente em um computador. Para isso é necessário reduzi-la a dados. No exemplo, "fascinante" teria que ser quantificado, usando-se por exemplo uma escala de zero a quatro.

Mas, atenção, o que é armazenado na máquina não é a informação, mas a sua representação em forma de dados.


Essa representação pode ser transformada pela máquina, como na formatação de um texto, o que seria uma transformação sintática. A máquina não pode mudar o significado a partir deste, já que ele depende de uma pessoa que interprete a informação.

Obviamente, a máquina pode embaralhar os dados de modo que eles passem a ser ininteligíveis pela pessoa que os recebe, deixando de ser informação para essa pessoa.

Além disso, é possível transformar a representação de uma informação de modo que mude de informação para quem a recebe (por exemplo, o computador pode mudar o nome da cidade de Paris para Londres). Houve mudança no significado para o receptor, mas no computador a alteração foi puramente sintática, uma manipulação matemática de dados.

Assim, não é possível processar informação diretamente em um computador. Para isso é necessário reduzi-la a dados. No exemplo, "fascinante" teria que ser quantificado, usando-se por exemplo uma escala de zero a quatro.

Por outro lado, dados, desde que inteligíveis, são sempre incorporados por alguém como informação, porque os seres humanos (adultos) buscam constantemente por significação e entendimento. Quando se lê a frase "a temperatura média de Paris em dezembro é de 5º C" (por hipótese), é feita uma associação imediata com o frio, com o período do ano, com a cidade particular etc.

Conhecimento


Caracteriza-se o Conhecimento como uma abstração interior, pessoal, de algo que foi experimentado, vivenciado, por alguém.

Continuando o exemplo, alguém tem algum conhecimento de Paris somente se a visitou.

Nesse sentido, o conhecimento não pode ser descrito; o que se descreve é a informação (se entendida pelo receptor), ou o dado. Também não depende apenas de uma interpretação pessoal, como a informação, pois requer uma vivência do objeto do conhecimento.

Assim, o conhecimento está no âmbito puramente subjetivo do homem ou do animal. Parte da diferença entre estes reside no fato de um ser humano poder estar consciente de seu próprio conhecimento, sendo capaz de descrevê-lo parcial e conceitualmente em termos de informação, por exemplo, através da frase "eu visitei Paris, logo eu a conheço".

A informação pode ser inserida em um computador por meio de uma representação em forma de dados (se bem que, estando na máquina, deixa de ser informação).

Como o conhecimento não é sujeito a representações, não pode ser inserido em um computador.

Assim, neste sentido, é absolutamente equivocado falar-se de uma "base de conhecimento" em um computador. O que se tem é, de fato, é uma tradicional "base (ou banco) de dados".

A informação pode ser prática ou teórica, respectivamente; o conhecimento é sempre prático.

A informação está associada à semântica. Conhecimento está associado com pragmática!

...isto é, relaciona-se com alguma coisa existente no "mundo real" do qual se tem uma experiência direta.

Competência


Por fim, carateriza-se Competência como uma capacidade de executar uma tarefa no "mundo real".

Estendendo o exemplo usado acima, isso poderia corresponder à capacidade de se atuar como guia em Paris. Note-se que um manual de viagem de uma cidade, se escrito em uma língua inteligível, é lido como informação; se uma pessoa conhece bem a cidade descrita nesse manual, tem conhecimento, mas um guia competente para essa cidade, só se já atuou nessa função e pode comprovar sua eficácia.

Assim, uma pessoa só pode ser considerada competente em alguma área se demonstrou, por meio de realizações passadas, a capacidade de executar uma determinada tarefa nessa área.

Pragmática foi associada a conhecimento. Competência está associada com atividade.

Competência exige conhecimento e habilidade pessoais. Por isso, é impossível introduzir competência em um computador. Não se deveria dizer que um torno automático tem qualquer habilidade. O que se deveria dizer é que ele contém dados (programas e parâmetros de entrada) que são usados para controlar seu funcionamento.

Assim como no caso do conhecimento, uma competência não pode ser descrita plenamente. Ao comparar competências, deve-se saber que uma tal comparação dá apenas uma idéia superficial do nível de competência que uma pessoa tem.

Assim, ao classificar uma competência em vários graus, por exemplo, "nenhuma", "em desenvolvimento", "proficiente", "forte" e "excelente", como proposto no modelo de competência do MIT [MIT I/T], ou "principiante" ("novice"), "principiante avançado" ("advanced beginner"), "competente", "proficiente" e "especialista", devidas a Hubert e Stuart Dreyfus [Devlin 1999 pg. 187], deve-se estar consciente do fato de que algo está sendo reduzido a informação (desde que se entenda o que se quer exprimir com esses graus).

Existe uma clara ordenação intuitiva nesses graus, que vão de pouca a muita competência. Associando-se um "peso" a cada uma, como 0 a 4 no caso do MIT e 0 a 5 no caso dos Dreyfus (nesse caso, entenda-se 0 como "nenhuma"), ter-se-á quantificado (isto é, transformado em dados), o que não é quantificável em sua essência.

Desse modo, deve-se estar consciente também do fato que, ao calcular a "competência total" de alguém em áreas diversas – eventualmente requeridas por algum projeto –, usando pesos para os vários graus de competência, é introduzida uma métrica que reduz certa característica subjetiva humana a uma sombra objetiva daquilo que ela realmente é, e isso pode conduzir a muitos erros.

A situação agrava-se nas habilidades comportamentais, tais como "liderança", "capacidade de trabalho em equipe", "capacidade de se expressar" etc.

Não se propõe que tais avaliações quantificadas não deveriam ser usadas; pretende-se apenas apontar que o sejam com extrema reserva, devendo-se estar consciente de que elas não representam qual competência tem realmente a pessoa avaliada.
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REFERÊNCIA:
Adaptado de: Dado, Informação, Conhecimento e Competência, de Valdemar W. Setzer
Com adições da NBR ISO 9000:2015 - Sistemas de Gestão da Qualidade - Fundamentos e Vocabulário