A FMEA (Failure Modes and Effects Analysis) ou Análise dos
Modos de Falha e seus Efeitos, representa uma ferramenta preventiva de risco, aplicada
principalmente no desenvolvimento de Produtos e de Processos. Ela pode, também, ser aplicada
em modificações ou melhorias que se queira introduzir em projetos e processos
antigos ou, ainda, quando existe modificações no ambiente de trabalho. É um
método analítico sistemático, para identificar problemas potenciais, suas
causas e efeitos, com a execução de trabalho em equipe. É um documento vivo,
devendo estar em constante atualização, interagindo com os planejamentos da
produção e da qualidade, através dos Planos de Controle.
A AIAG (Automotive International Action Group)
e a VDA (Verband der Automobilindustrie) estão
harmonizando as abordagens do FMEA e a expectativa é uma nova versão a partir
maio de 2018.
Para tanto, esse comitê quer desenvolver um único manual AIAG - VDA FMEA que claramente defina uma metodologia melhorada, que estará
alinhada com SAE J1739 e que combine os
processos para que se atenda aos requisitos para ambos os grupos da indústria, contemplando, entre outras coisas:
1) Abordagem em Seis Etapas:
Recomenda-se que o modo de falha e análise de efeitos deve ser realizada em
seis etapas para alcançar boa qualidade, confiabilidade, segurança em nossos
produtos e processos. Estes seis passos são aplicáveis ao design e ao processo
FMEA's.
2) Forma de Preenchimento do FMEA Report:
Atual - "Fill in the blanks": O manual atual
explica o que é cada coluna, deixando a equipe preencher as células de cada
linha na planilha em branco com informações. É mais lento para equipes
multifuncionais pois gera repetições sistemáticas de cada etapa.
Novo - "Método de análise por etapas": O novo
manual explica o objetivo de cada etapa passo a passo, permitindo que a equipe
tome em consideração itens que podem não ter sido considerados usando o fluxo
de preenchimento. Esse formato mais rápido para equipes multifuncionais devido
à agenda focada em uma tarefa por vez.
3) Alteração das Tabelas de Pontuação:
Tabelas de Severidade: Critérios alinhados à SAEJ1739 e
adição das colunas: Impacto no seu processo, impacto no processo posterior e impacto
no consumidor.
Tabelas de Ocorrência: Revisão dos controles preventivos
como critérios anteriores à análise da taxa de ocorrência da causa da falha.
Tabelas de Detecção: Os índices de ocorrência agora
consideram a capacidade de detecção e o tempo necessário à detecção como
critérios de análise da pontuação. Adicionada a categoria "Tipo de
Detecção" que descreve os mecanismos típicos de controle.
4) Uso do NPR para Ações Recomendadas:
O manual atual já recomenda que o NPR não deveria ser o primeiro critério
para tomada de ações recomendadas, sendo necessária a priorização com base nos
índices de severidade, ocorrência e detecção. Dada a dificuldade de garantir a
correta interpretação dessa recomendação, o novo manual irá introduzir o
conceito de Prioridade da Ação (ou AP na sigla em inglês).
A coluna Prioridade da Ação estabelece um critério com base na combinação da
severidade, ocorrência e detecção para priorização das ações recomendadas. No
novo manual foi criada uma tabela, baseada em lógica que atribui a
classificação Alta, Média e Baixa (H, M e L nas siglas em inglês) cobrindo 1000
combinações possíveis de pontuações dos três índices. Com base nessa
classificação, deverá ser orientada a robustez e o prazo das ações.
Desta forma, o novo manual da FMEA permitirá estruturar de forma mais detalhada a
construção da abordagem funcional, garantindo maior aprofundamento e deixando margem menor para consideração de todos os potenciais modos de falha e
direcionamento das ações recomendadas.