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sábado, 11 de fevereiro de 2012

Você acredita que um acidente ocorra por causa de uma FATALIDADE?...



...Lembrando que fatalidade é, segundo o dicionário, "destino inevitável, conseqüência inarredável..."

Anderson Glauco Benite, em sua dissertação "Sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho para empresas construtoras." registra as teorias inicialmente observadas  por Frank E. Bird Jr. (1921 - 2007) na Inglaterra relativo à segurança no trabalho , em pesquisas apoiadas por estudos estatísticos e reforçadas por Roger L. Brauer e outros que mostram aspectos relevantes e significativos para a segurança no trabalho.

Em suas pesquisas foi verificado, após a realização de investigações envolvendo 1.250.000 acidentes de trabalho em 300 empresas inglesas, que antes que ocorra um acidente uma série de eventos “avisam” que algo está por acontecer. Na verdade, ocorrem cerca de 640 avisos de alerta. Senão vejamos.

Nas pesquisas verificou-se que em dado um posto de trabalho onde ocorreu um acidente, já ocorreram outros 600 eventos que estes pesquisadores vieram a chamar de “quase-acidentes” (hoje conhecido em nosso país como incidentes de segurança). Na verdade, nestes “quase-acidentes” nada aconteceu. O quase-acidentado teria, por exemplo, quase escorregado. Ele não chegou a escorregar. Nada de grave ocorreu. O assunto fica por isto mesmo... ninguém faz nada. De fato, ninguém toma conhecimento do ocorrido. Só o quase-acidentado, que também “não dá bola” para o evento. Olha só! São 600 eventos assim! São 600 oportunidades para se evitar a propagação da onda!!!!

Quase sempre desperdiçávamos as 600 oportunidades para se evitar a propagação da onda, enquanto nada havia acontecido (nada era feito)!!!! Aí, a „coisa‟ se propagava. Mais alguns sinais de advertência são dados. Começam a acontecer pequenos acidentes, e até mesmo alguns maiores, com perdas materiais!! Com mais precisão, os estudos realizados mostram que tendem a ser outras 30 ocorrências. Mas, a partir das primeiras 600 oportunidades, estas novas 30 chances já repercutem em algumas perdas materiais. Naquele ponto, onde aquele sujeito havia quase escorregado, alguém agora escorregou mesmo. Ao escorregar rasgou a calça, ou quebrou os óculos, ou estragou o paquímetro, ou danificou uma outra parte de seu uniforme de trabalho. Não dá mais para não se tomar conhecimento do fato!! É necessária a reposição do dano causado (calça nova, óculos novo, reparo no paquímetro ou um novo, etc.). Mas, como resultado, o que muitas vezes ocorre é alguém dizer: - “Puxa, é a segunda vez que tenho que trocar calças rasgadas só nesta semana!!! Este pessoal precisa tomar mais cuidado!!! Sei lá o que está acontecendo! É muita falta de atenção!!!”

Se desperdiçávamos as oportunidades representadas pelos pequenos acidentes, e até mesmo alguns maiores, com perdas materiais, começavam a acontecer acidentes com pequenos danos físicos!!!! A „coisa‟ se propagava um pouco mais. Tomando de novo os dados das pesquisas, tendem a acontecer, naquele posto de trabalho, 10 pequenos acidentes com lesões leves (o que chamamos de acidentes sem perda de tempo – SPT). Aí o assunto vai ao conhecimento das comissão interna de prevenção de acidentes, incorpora-se a um gráfico de evolução de acidentes, compromete metas estabelecidas e, muitas vezes, só isto!


Desperdiçadas todas as oportunidades... agora só resta correr atrás do prejuízo (ou chorar). Foram dadas tantas oportunidades de se evitar este dano maior e não se tomou uma ação consistente... o dano maior ocorre – um acidente com lesões graves, algumas vezes permanentes, algumas outras vezes, fatais. E não é uma fatalidade, concorda? Pode ser uma tragédia, e muitas vezes o é, mas não é uma fatalidade! O negócio, portanto, é não desperdiçar as oportunidades ... no trabalho, em casa, no trânsito, ..., ... , ... na vida!!

E isto não é apenas uma teoria. Bird, Brauer e outros propuseram, e hoje em dia muitas empresas já incorporaram – até mesmo no Brasil –, o processo das reuniões relâmpago de segurança. Este processo simples se baseia na atitude diferenciada do quase acidentado que, ao sofrer um quase acidente, está treinado a reconhecê-lo como uma oportunidade. Como tal, uma oportunidade deve ser aproveitada. O quase acidentado discute com mais um ou dois colegas de trabalho, de forma imediata, para concluir se o fato realmente pode ser entendido como um quase acidente.

Esta discussão não requer mais do que dois ou três minutos. Concluindo-se pela ocorrência de um quase acidente, o assunto é levado para a administração, podendo ser, através da própria comissão interna de prevenção de acidentes, para abrir um processo de ação preventiva – por exemplo baseado nas 8 disciplinas:

1 - formar uma equipe

2 - descrever o problema potencial

3 - conter o problema

4 - identificar a causa raiz para o problema

5 - determinar as ações a serem tomadas avaliando-as

6 - aplicar as ações planejadas e validar o resultado obtido

7 - planejar ações anti-reincidências

8 - reconhecer o resultado do trabalho


**A Pirâmide de Bird








Uma pesquisa realizada pelo Engenheiro Norte Americano FRANK BIRD JÚNIOR, durante dez (10) anos, pesquisando 297 empresas, sobre um total de dez milhões de homens horas trabalhadas, constatou-se que: Na ocorrência de 600 incidentes, temos: 30 acidentes com danos a propriedade, 10 acidentes com lesões não incapacitantes e 01 acidente com lesão incapacitante.


CONCLUSÃO

Uma atuação em conjunto, onde cada funcionário, informando os problemas (incidentes), ao seu supervisor imediato, e este procurando junto aos órgãos responsáveis, a solução do problema, isto nos levará ao domínio da situação. Como se vê, estaremos trabalhando na base da PIRÂMIDE, eliminando as causas dos acidentes.


Fonte: trechos retirados da discussão "Você acredita que um acidente ocorra por causa de uma FATALIDADE? Lembrando que fatalidade é, segundo o dicionário, 'destino inevitável, conseqüência inarredável...'" do fórum do Linkedin: SUCESSO SUSTENTADO: Qualidade, Gestão de Riscos e Responsabilidade Social

*Adaptado do capítulo 1 do eBook "Qualidade! Heim? Como é que é?" do eng. Gustavo Adolpho Jorge Horta, M.Sc. - 3ª edição - Março de 2009 

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