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domingo, 9 de novembro de 2014

Os 7 segredos do marketing pessoal

Por José Luiz Tejon Megido

Primeiro, não confunda marketing com coisa feia, enganação, enrolação. Sem dúvida isso a gente vê nas campanhas políticas. Mas aquilo não é marketing, é manipulação de massas através da propaganda. Concebemos o marketing ético, aquele que pregamos e professamos na nossa ESPM, Escola Superior de Propaganda e Marketing, onde atuo há muitos anos. 

Marketing significa dirigirmos negócios, organizações com ou sem fins lucrativos; Dona Jô Clemente, fundadora da Apae – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, se considera uma “marqueteira”. Ela diz: “sem marketing eu jamais teria construído a Apae”, a partir da análise e identificação das percepções humanas, e como conectamos as nossas realidades ao reino de como as pessoas sentem e percebem o mundo ao seu redor.

Logo você vai ver numa Nike, não mais um simples sapato, mas um sentido de vida: a grandeza humana você descobre no seu interior. Você verá na Coca Cola, a alegria e como abrir a felicidade. Numa Skoll, uma lata de cerveja vira algo que fascina. E os pontos de venda, incluindo os petshop’s, se transformam em palcos onde os clientes interpretam os seus papéis em vida.

Agora, e você? Não se espante, somos também atores e atrizes no palco da vida. Podemos tomar consciência dos nossos papéis, e interpretá-los com mais engajamento, profundidade e qualidade, ou não. E, novamente, isso não significa não ser você mesmo, ou não ser natural, ou confundir legítimos papéis na vida, com fazer tipo, caras e bocas. 

Muitos de nós não conseguimos progresso na carreira, nos negócios, e na própria vida pessoal, por não conseguirmos compreender situações, momentos, e não nos preparamos para construir papéis adequados. A consequência termina sendo não explorarmos todo o potencial humano que trazemos dentro de nós. Logo, marketing pessoal nasce primeiro de suas legítimas verdades, de sua vocação, do seu dom.

Segundo, ainda intimamente, você pensar em como o melhor de você consegue resplandecer, e ser assim percebido. Ou seja, os dois primeiros passos estão num diálogo pessoal, interior e íntimo. Você precisa tomar consciência das suas virtudes, do que representa o diferencial único da sua pessoa, na gigantesca colcha de retalhos humana, que compõem toda a sociedade. Agora entram os aspectos de aprimoramento. 

O terceiro passo exigirá que você busque seu aprimoramento. Você deve responder a seguinte questão: o que eu preciso desenvolver para dar cada vez mais consistência e verdade interior, dos meus papéis na vida, sejam eles no meu trabalho, como um veterinário, por exemplo, como comerciante, como professor, como estudante, como filho, pai, mãe, apaixonado, amante, ou dirigente de uma Ong de bem estar animal. Essa busca íntima vai dar verdade, vai configurar o que chamamos de fé cênica.

A legítima força interior com a qual você atua, sua profunda motivação. Ela precisa ser aprimorada, estudada e virar parte do seu inconsciente, mas isso a partir da consciência de si mesma. Para esse terceiro ponto, vital, estude pessoas admiráveis, não se preocupe se começar a fazer isso mesmo imitando. Não faz mal. Imite o admirável, isso o fará melhor. Depois você irá burilando e encontrando o seu jeito próprio de interpretar a si mesmo na vida. 

O quarto passo já está em como seu corpo, sua voz, seu olhar, seus sentimentos cativam, atraem, e desenvolvem nas outras pessoas um prazer na sua convivência. Ser gostado, ser querido, ser amável. Aprimore a empatia com os outros, goste de ouvir, compreenda antes de se posicionar. Ouça muito mais do que fala. E, ao falar, seja ao máximo carinhoso, e busque sempre se colocar como uma pessoa cooperativa, e disposta a ajudar o próximo a ser bem sucedido. 

O quinto passo do marketing pessoal envolve como você se reveste no seu entorno. Já não mais na sua pessoa em si, mas o quanto você escreve para blogs, publicações. O quanto você se expõe, dá aulas, palestras, ou seja, o quanto cresce a sua reputação, além do círculo mais imediato da sua pessoa. Por isso, contribua e ofereça seu saber para difundir o bem e o conhecimento útil. 

O sexto passo do marketing pessoal exige que você seja uma pessoa que ajude e construa bens para a sua categoria profissional. Participe de suas entidades de classe, de associações. Idealmente assuma alguma responsabilidade em organizações com fins de promoção da sua classe, do seu grupo de interesses, sempre com fundamentos éticos, mas tenha uma efetiva participação como profissional consciente da missão e da valorização do que você faz, e dos seus colegas.

E, por último, nesse universo de marketing, lembre-se de que nas marcas, e nos negócios, temos um assunto que chamamos de co-brand. Significa o quanto a marca do nosso negócio aparece ao lado de outras marcas que nos alavanquem, que façam bem para nosso produto. Na vida, da mesma forma, somos o resultado dos relacionamentos que aprendemos a cultivar e a valorizar. A velha lei do “dize-me com quem andas e te direi quem és” vale e agora podemos substituir por outra: “dize-me com quem andas e te direi para onde vais”!

No marketing pessoal busque elos, vínculos e relacionamentos com profissionais, gente, empresas, marcas saudáveis, éticos e sustentáveis. A longo prazo, na sua carreira e na sua vida, isso irá fazer toda a diferença para o sucesso.

Trabalhe com muita alegria e felicidade. Dessa forma você vende e cria vínculos de alegria e felicidade. Essa regra de ouro é definitiva na vida, pois será sempre a sua criança interior, aquela responsável pelo prazer de aprender, aprender e aprender. O fundamento maior que vale tudo isso. Boa sorte.

Publicado originalmente em: Exame.Com
Acessado em: 09/11/2014; 12:01 - Horário de Brasília


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