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domingo, 13 de fevereiro de 2011

Quem são os stakeholders, as partes interessadas?

Em Dezembro (02/12/2010) no seminário Convergência das Ferramentas de Gestão, da revista BANAS, Farhad Abdollahyan, um dos palestrantes que mais gostei, brincou com o termo “stakeholder”, fazendo um trocadilho com “steak holder” – segurador de bife. O fato é que esta piada me inspirou a escrever sobre esse conceito muito aplicado em sustentabilidade: Quem são os stakeholders, as partes interessadas?

O termo apareceu pela primeira vez em 1984 no livro “Strategic Management: A Stakeholder Approach” de Edward R. Freeman, para definir alguém que afeta ou é afetado pela organização.
Basicamente existem cinco tipos de stakeholders: clientes, fornecedores, investidores, funcionários e comunidade. Partindo deste grupo principal, que possui interesses diretos na organização (exceto a comunidade, que nem sempre possui interesse direto), outros stakeholders podem ser detectados, porém estes são, geralmente, partes interessadas indiretas. Por exemplo: o meio ambiente, instituições de ensino, sindicatos…

O conceito de sustentabilidade se apóia em três pilares fundamentais: ambiental, social e econômico. Cada parte interessada pode estar ligada a um ou mais desses pilares. Portanto, conhecer seus stakeholders é um dos primeiros passos no caminho de se tornar uma organização sustentável de fato!

Para isso é necessário mapear as partes interessadas da empresa. As imagens abaixo ilustram a representação de um mapeamento de stakeholders conforme a influência de cada um nas operações da empresa, lembrando que esta relação é uma via de mão dupla: cada stakeholder influencia e é influenciado pela organização em maior ou menor grau. Eu chamei esse mapeamento de “molecular”, e a maneira de interpretá-lo é considerando a proximidade de cada “átomo” do “núcleo”, que deve ser invariavelmente a organização. A falta de linhas ligando as partes é proposital, para dar a idéia de fluidez dessas relações, e a posição de cada átomo na estrutura criada também sugere inter-relações possíveis das partes interessadas entre si.

No início, existe apenas a organização ainda não consciente de suas partes interessadas. É a empresa como tradicionalmente a conhecemos, julgando-se autosuficiente e relacionando-se com outras partes apenas em acordo com seus próprios interesses (fig.01).


Ao começar a se conscientizar de que essas relações são mais dinâmicas, ela passa a ver as principais partes interessadas, mais próximas a ela e com maior influência em seu dia a dia (fig.02). São os stakeholders de nível 1.


Numa próxima etapa, outras partes surgem por terem ligação com os stakeholders já identificados. É o segundo nível de relacionamento, que engloba essas partes (fig.03). Elas possuem interesses envolvidos nas operações da empresa também, e vice-versa, porém sem uma influência tão forte quanto o primeiro grupo.


Por fim, num grau de maturidade mais elevado, a organização percebe sua relação com partes interessadas cuja ligação é bastante tênue, mas existe e pode ser melhor explorada com benefício para ambas (fig.04). São relações que se fortalecidas podem abrir novas possibilidades de crescimento para a empresa! Embora todas as partes interessadas em outros níveis também ofereçam possibilidades de crescimento, a partir do terceiro nível se abrem novas fronteiras antes insuspeitáveis.


É importante lembrar que o exemplo apresentado não é um modelo fixo, um padrão. As partes que estão em cada nível podem ser diferentes para cada empresa, podem existir outras que não estão representadas aqui e algumas que estão mas não constariam no mapeamento de stakeholders de sua organização. Por isso, é muito importante que vocês mesmos façam seu próprio mapeamento personalizado e identifiquem quais são SEUS stakeholders e em qual nível cada um está no SEU contexto.

Se quiserem usar o modelo “molecular” apresentado, clique aqui para baixar uma apresentação em power point de uso aberto, para que possam adequá-lo conforme sua necessidade. 

fonte: http://qualiblog.wordpress.com/2011/01/31/aquele-que-segura-o-bife/

Um comentário:

  1. Identificação de Stakeholders
    (segundo as diretrizes da ISO 26000)

    http://sistemasdegestaointegrada.blogspot.com.br/2012/04/identificacao-de-stakeholders-segundo.html

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