Por Ronaldo Costa Rodrigues
A Aline Pancieri me fez uma pergunta dias atrás sobre um documento chamado carta BOS, um tipo de indicador que até então eu não havia citado:
“Aprendi uma vez em uma empresa multinacional sobre carta BOS… Mas não encontro nada em sites para saber se posso alterar este tipo de indicador… “
Bem, precisei pesquisar um pouco para conhecer, aprender e entender essa tal de carta BOS. O resultado disso é este pequeno artigo.
Se voce leu até aqui e está curioso como eu estava para saber o quê, afinal, significa BOS – é o seguinte: “Business Operating System” ou Sistema Operacional de Negócios. A característica principal desse tipo de indicador é reunir um conjunto de ferramentas para auxiliar em sua interpretação e acompanhamento.
A princípio pode não parecer, mas ele é bem simples de usar. Tudo começa com o Gráfico Indicador, que pode ser, aliás, um dos que você já tem.
Vamos usar um sobre Rejeição na Inspeção Final como modelo. Não estranhe os valores altíssimos de rejeição apresentados neste modelo, são propositais:
Acho que se uma empresa real tiver 43% de rejeição nesse processo, pode fechar as portas… Mas como a idéia deste indicador BOS é tratar um problema (rejeições), vamos pegar logo um BEM GRANDE E PAVOROSO, pois quem trabalha com Qualidade e é brasileiro não tem medo de nada…
S-01, S-02… são as semanas acompanhadas. A linha vermelha mostra o que seria aceitável num primeiro momento. – Para quem vive com uma taxa de rejeição de 30 a 40%, uma expectativa de 10%, prevendo chegar a 5%, é o paraíso!
Considerando o total de rejeições, é uma boa idéia usar um Pareto para desdobrar nosso monstro problema em coisas menores e mais focadas: as causas das rejeições!
Agora dá para atacar cada uma delas, diminuindo o problema! O Pareto aí em cima foi montado com base na Lista de Verificação que aparece sobre ele, relacionando cada causa de rejeição. Esse mostra um quadro geral das cinco semanas acompanhadas no Indicador, mas para elaborar um Plano de Ação podemos trabalhar sobre os dados de cada uma das semanas. Assim, podemos observar se estamos tomando providências (ações) eficazes para eliminar cada causa! Por isso, além de um Pareto que mostre o quadro geral, é aconselhável ter mais um sobre cada período (semana):
Com ele poderemos focalizar um conjunto menor e comparar a evolução da tarefa. A cada semana os dados podem ser avaliados, comparando com a semana anterior e verificando se as ações decididas foram satisfatórias na redução ou eliminação das causas atacadas. A eficiência das ações pode ser observada em uma planilha que apresente esse acompanhamento:
E, para termos uma visão geral de todas essas ferramentas, o ideal é reuní-las num Dashboard (painel de controle). Igual a este, que apresenta tudo em uma única folha A4:
Clique na imagem para ampliar
As imagens que ilustram esse artigo foram tiradas de uma planilha que desenvolvi, inspirada na ferramenta utilizada pela consultoria VH2C. Foi a única referência que encontrei sobre Indicadores BOS na Internet.
A vantagem da planilha é ser acessível para quem não pode contratar o serviço de uma consultoria de porte. Nela, cada uma das ferramentas pode ser utilizada em separado e seu Dashboard é atualizado automaticamente, bastando imprimí-lo ou gerar em pdf para distribuição aos envolvidos.
Fonte: http://qualiblog.wordpress.com/2010/01/27/bos-indicadores-completos/
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