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terça-feira, 10 de junho de 2025

Materialidade: A Base para uma Estratégia Sustentável e de Valor para os Negócios

 A crescente pressão por transparência e responsabilidade nas empresas, impulsionada por regulamentações e expectativas de stakeholders, tem colocado a materialidade como um elemento essencial para a tomada de decisões estratégicas. No contexto da avaliação de risco, compreender e aplicar a materialidade é fundamental para mitigar impactos negativos e potencializar oportunidades, garantindo um crescimento sustentável e duradouro.


O que é Materialidade?


Materialidade refere-se à identificação dos temas que têm impacto significativo nos negócios, sejam financeiros, ambientais, sociais ou de governança. Essa análise permite que as organizações priorizem questões críticas, assegurando que os recursos sejam alocados de maneira eficiente e estratégica.

No contexto da gestão de riscos, a materialidade ajuda a diferenciar riscos reais e significativos daqueles que têm impacto menor. Isso contribui para uma estratégia de governança corporativa mais eficaz, permitindo que as empresas se concentrem nos desafios mais relevantes.


Materialidade na Avaliação de Risco


A avaliação de risco fundamentada na materialidade oferece um panorama detalhado dos principais fatores que podem comprometer ou fortalecer a sustentabilidade do negócio. Entre os principais benefícios dessa abordagem, destacam-se:


- Identificação de Riscos Significativos – A análise de materialidade permite mapear e priorizar riscos com base no impacto e na probabilidade de ocorrência, evitando desperdício de esforços em questões irrelevantes.

- Gestão Estratégica e Resiliência – Empresas que integram materialidade na avaliação de risco conseguem desenvolver estratégias proativas, aumentando sua capacidade de adaptação frente a mudanças no mercado e no ambiente regulatório.

- Alinhamento com Stakeholders – Com a materialidade, as organizações conseguem atender às expectativas de investidores, clientes e reguladores, promovendo confiança e engajamento.

- Criação de Valor Sustentável – A gestão baseada na materialidade potencializa oportunidades de inovação e crescimento sustentável, garantindo uma posição competitiva sólida a longo prazo.


Implementação da Materialidade na Estratégia Empresarial


Para que a materialidade seja aplicada de forma eficiente, as empresas devem seguir algumas etapas fundamentais:


- Mapeamento e Análise: Identificação dos temas relevantes para o negócio, considerando impactos financeiros, ambientais e sociais.

- Engajamento dos Stakeholders: Consultas a partes interessadas, como investidores, consumidores e comunidades, para garantir um alinhamento estratégico.

- Priorização e Ação: Definição de indicadores e estratégias para mitigar riscos e maximizar oportunidades.

- Transparência e Relatórios: Comunicação clara sobre as decisões tomadas, fortalecendo a confiança no mercado.


A materialidade é um dos pilares de uma estratégia sustentável e de valor para os negócios, especialmente no contexto da avaliação de risco. Integrar essa abordagem permite que as empresas minimizem impactos adversos e ampliem sua competitividade de forma responsável. 

Em um mundo onde sustentabilidade e governança ocupam um papel central nas decisões corporativas, compreender e aplicar a materialidade é essencial para garantir longevidade e crescimento estratégico.

E você, aborda a materialidade em sua empresa?



Fábio Carvalho
https://br.linkedin.com/in/fabioapcarvalho

Graduado em Sistemas de Gestão e Gestão da Qualidade, com pós-graduação em Engenharia da Qualidade e Gestão de Saúde, e com MBA em Controladoria, Auditoria e Compliance e ainda MBA em Governança Corporativa Estratégica.

Profissional com vivência de 25 anos implementando, coordenando e auditando Sistemas de Gestão da Qualidade e Ambiental; Atua com as normas de gestão da qualidade (ISO 9001 / IATF 16949 / ISO IEC 17025 / ISO IEC 17065 / ANS RN 507 / ANS RN 518 / ANS RN 506), gestão ambiental (ESG, GHG, CFP, ISO 14001) e gestão de saúde e segurança do trabalho (ISO 45001), oferecendo também treinamento nestas normativas e ferramentas relacionadas. Atua ainda como auditor de 3ª parte em Organismos de Certificação de sistemas de gestão e de produtos e serviços.



sábado, 31 de maio de 2025

Carbon Border Adjustment Mechanism (CBAM)

O Carbon Border Adjustment Mechanism (CBAM) é um mecanismo da União Europeia criado para precificar as emissões de carbono dos produtos importados. Ele visa evitar o chamado "carbon leakage", que ocorre quando empresas deslocam a produção para países com políticas climáticas menos rigorosas ou quando produtos mais poluentes substituem os fabricados na UE.


#ParaTodosVerem Homens de terno debatendo ao ar livre, em praça arborizada, visualizando em pensamento documentos sobre o mercado de carbono

O CBAM funciona impondo um custo sobre as emissões de carbono embutidas em mercadorias importadas, garantindo que os produtos estrangeiros enfrentem os mesmos encargos climáticos que os fabricantes europeus sob o EU Emissions Trading System (ETS). Inicialmente, ele se aplica a setores de alta emissão, como ferro, aço, cimento, alumínio e fertilizantes, mas há planos para incluir têxteis a partir de 2030.


A fase transitória começou em outubro de 2023 e vai até o final de 2025, período em que os importadores devem apenas reportar as emissões sem pagar ajustes financeiros. A partir de 2026, eles precisarão adquirir certificados CBAM, cujo preço será baseado no mercado de carbono europeu.


Esse mecanismo tem impacto direto no comércio global, especialmente para países exportadores como o Brasil, que precisam adaptar suas cadeias produtivas para atender às exigências ambientais da UE


O CBAM pode ter impactos significativos para o Brasil, especialmente para setores que exportam para a União Europeia, como aço, alumínio, cimento e fertilizantes. Aqui estão alguns dos principais efeitos:


- Custos adicionais para exportadores: Empresas brasileiras que vendem para a UE precisarão pagar pela emissão de carbono embutida em seus produtos, o que pode aumentar os custos e reduzir a competitividade.


- Adaptação às novas regras: Exportadores terão que calcular e reportar as emissões de carbono de seus produtos de acordo com as metodologias europeias, exigindo investimentos em tecnologia e processos mais sustentáveis.


- Oportunidade para inovação: Empresas que adotarem práticas de produção mais limpas podem se destacar no mercado europeu e até ganhar vantagem competitiva.


- Impacto na indústria brasileira: Setores como siderurgia e mineração podem ser os mais afetados, pois terão que se adaptar rapidamente para evitar barreiras comerciais.


O Brasil pode responder a esse desafio investindo em descarbonização e certificações ambientais para garantir que seus produtos atendam às exigências do CBAM. Algumas das principais estratégias incluem:


- Investimento em descarbonização: Muitas indústrias estão adotando tecnologias mais limpas e fontes de energia renováveis para reduzir suas emissões de carbono.


- Certificações ambientais: Empresas estão buscando certificações internacionais que comprovem práticas sustentáveis, facilitando a exportação para a UE.


- Monitoramento e reporte de emissões: Como a fase transitória exige que importadores reportem emissões, exportadores brasileiros estão aprimorando seus sistemas de medição e transparência.


- Parcerias estratégicas: Algumas empresas estão colaborando com consultorias especializadas para entender melhor as exigências do CBAM e adaptar seus processos produtivos.


A Confederação Nacional da Indústria (CNI) produziu um manual para auxiliar exportadores brasileiros a se adequarem às novas regras. Além disso, setores como ferro e aço, que representam grande parte das exportações afetadas, estão analisando formas de reduzir emissões e melhorar sua posição no mercado europeu.


Fábio Carvalho
https://br.linkedin.com/in/fabioapcarvalho

Graduado em Sistemas de Gestão e Gestão da Qualidade, com pós-graduação em Engenharia da Qualidade e Gestão de Saúde, e com MBA em Controladoria, Auditoria e Compliance e ainda MBA em Governança Corporativa Estratégica.

Profissional com vivência de 25 anos implementando, coordenando e auditando Sistemas de Gestão da Qualidade e Ambiental; Atua com as normas de gestão da qualidade (ISO 9001 / IATF 16949 / ISO IEC 17025 / ISO IEC 17065 / ANS RN 507 / ANS RN 518 / ANS RN 506), gestão ambiental (ESG, GHG, CFP, ISO 14001) e gestão de saúde e segurança do trabalho (ISO 45001), oferecendo também treinamento nestas normativas e ferramentas relacionadas. Atua ainda como auditor de 3ª parte em Organismos de Certificação de sistemas de gestão e de produtos e serviços.



terça-feira, 27 de maio de 2025

Mapa de Risco (NR 05)

No Brasil, a elaboração do Mapa de Risco é obrigatória conforme a NR 5 (Norma Regulamentadora nº 5), que trata da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). A exigência foi estabelecida pela Portaria nº 25 de 1994, tornando obrigatória a criação e fixação do mapa nos locais de trabalho. Ele deve ser elaborado pela CIPA, com orientação do SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho), quando houver.

#ParaTodosVerem Trabalhadores industriais trabalhando com pranchetas em mãos, rostos tranquilos, transmitindo sensação de confiança e segurança

O objetivo do mapa é identificar e comunicar os riscos presentes no ambiente de trabalho, ajudando na prevenção de acidentes e doenças ocupacionais.


Um Mapa de Risco proporciona uma visão dos riscos existentes, permitindo que medidas preventivas sejam implementadas. Isso contribui para a redução de acidentes, lesões, doenças ocupacionais e até mesmo para a melhoria do ambiente laboral como um todo.


Fases do Mapa de Risco:


Identificação dos riscos: Análise do ambiente de trabalho para identificar todos os possíveis riscos presentes, sejam eles físicos, químicos, biológicos, ergonômicos ou de acidentes.


Avaliação dos riscos: Cada risco identificado é avaliado quanto à sua probabilidade de ocorrência e gravidade das consequências caso ocorra.


Classificação dos riscos: Os riscos são classificados de acordo com sua natureza e nível de gravidade, permitindo uma priorização das ações preventivas.


Representação gráfica: Os riscos identificados são representados em um mapa, geralmente utilizando-se símbolos específicos para cada tipo de risco. Além disso, é comum indicar a área de abrangência de cada risco no ambiente de trabalho.


Divulgação e conscientização: Divulgação para os trabalhadores envolvidos, de forma que estejam cientes dos riscos presentes e das medidas de prevenção adotadas. 


Monitoramento e atualização: Considerando eventuais mudanças no ambiente de trabalho, novos riscos identificados ou alterações nas condições existentes.

Fábio Carvalho


https://br.linkedin.com/in/fabioapcarvalho

Graduado em Sistemas de Gestão e Gestão da Qualidade, com pós-graduação em Engenharia da Qualidade e Gestão de Saúde, e com MBA em Controladoria, Auditoria e Compliance e ainda MBA em Governança Corporativa Estratégica.

Profissional com vivência de 25 anos implementando, coordenando e auditando Sistemas de Gestão da Qualidade e Ambiental; Atua com as normas de gestão da qualidade (ISO 9001 / IATF 16949 / ISO IEC 17025 / ISO IEC 17065 / ANS RN 507 / ANS RN 518 / ANS RN 506), gestão ambiental (ESG, GHG, CFP, ISO 14001) e gestão de saúde e segurança do trabalho (ISO 45001), oferecendo também treinamento nestas normativas e ferramentas relacionadas. Atua ainda como auditor de 3ª parte em Organismos de Certificação de sistemas de gestão e de produtos e serviços.


segunda-feira, 7 de abril de 2025

Checklist de Conformidade com as Normas Regulamentadoras em 2025

 


1. Atualização e Monitoramento de Documentação

[ ] PGR atualizado 

[ ] PCMSO em vigor, com exames ocupacionais em dia.

[ ] LTCAT atualizado, para atividades que envolvem agentes insalubres ou periculosos.

[ ] Mapa de Riscos revisado e atualizado conforme a realidade do local de trabalho.


2. Capacitação e Treinamentos

[ ] Realizar treinamentos periódicos obrigatórios (NR-5, NR-6, NR-10, entre outras).

[ ] Implementar e registrar diálogos de segurança (DDS).

[ ] Garantir que os funcionários tenham acesso às instruções de segurança para o uso de EPIs e EPCs.


3. Gestão de Riscos

[ ] Revisar o PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos) com identificação, análise e controle dos riscos ocupacionais.

[ ] Implementar Planos de Ação para mitigar riscos críticos identificados.

[ ] Monitorar indicadores de saúde e segurança (como acidentes e incidentes).


4. Manutenção de Equipamentos

[ ] Garantir a inspeção periódica de máquinas e equipamentos (NR-12).

[ ] Certificar-se de que os extintores de incêndio e sistemas de combate a incêndio estão em conformidade.


5. Estrutura e Condições de Trabalho

[ ] Avaliar e adaptar o ambiente conforme as normas de ergonomia (NR-17).

[ ] Certificar-se de que as condições de iluminação, ventilação e sinalização estão de acordo com as normas aplicáveis.


6. Gestão da CIPA

[ ] Realizar eleição e treinamentos da CIPA conforme exigido pela NR-5.

[ ] Garantir reuniões e registro de ata periódicas.


NOTA: Este checklist é baseado em empresas de perfil típico, não sendo portanto exaustivo à todos os perfis de empresas.


segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

ABNT publica NBR ISO 45001:2024

No dia 21/11/2024, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou a ABNT NBR ISO 45001 (Norma Brasileira Regulamentadora), que especifica os requisitos para Sistemas de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional, além de fornecer orientações para o seu uso. A norma foi elaborada pela Comissão de Estudo Especial de Segurança e Saúde Ocupacional (ABNT/CEE-109) e o projeto submetido à Consulta Nacional, para então ser publicada. Até então, o Brasil não possuía uma norma de Sistema de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional, sendo utilizada a tradução da norma ISO 45001:2018.



Principais mudanças com a atualização da norma

Essa versão da norma não trouxe uma atualização de requisitos ou alterações normativas, sendo idêntica, em conteúdo técnico, estrutura, requisitos e redação, à ISO 45001:2018.

Entretanto, como passou a ser uma Norma Brasileira, sua nomenclatura mudou para “ABNT NBR ISO 45001.


Principal mudança interna no Sistema de Gestão de SSO das organizações

Como não houve atualizações, o ponto que salientamos é a necessidade de atualizar a referência à norma, que agora passou a ser ABNT NBR ISO 45001, nos documentos do Sistema de Gestão.


Certificações das organizações

Não são esperadas alterações no processo de certificação das organizações, mas agora passará a ser adotada a ABNT NBR ISO 45001:2024.

Para as empresas que já são certificadas, recomendamos que entrem em contato direto com o Organismo Certificador para obter informações sobre o processo de atualização dos Certificados. É usual que as atualizações ocorram automaticamente durante as auditorias de manutenção ou recertificação.


Emenda 1:2025 da ABNT NBR ISO 45001:2024 – Sistemas de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional – Requisitos com Orientações para Uso

Adicionalmente, foi publicada, no dia 09/01/2025, a “ABNT NBR ISO 45001:2024 Emenda 1:2025 – Sistemas de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional – Requisitos com Orientações para Uso”, que complementa a ABNT NBR ISO 45001:2024. Assim como a norma, a emenda foi elaborada pela Comissão de Estudo Especial de Segurança e Saúde Ocupacional (ABNT/CEE-109) e o projeto submetido à Consulta Nacional, para então ser publicada.

Trata-se da versão brasileira da Emenda 1:2024 da ISO45001:2018, que incluiu o assunto das “mudanças climáticas” nos requisitos 4.1 e 4.2. Esses requisitos deverão ser revisados e atualizados pelas organizações, caso aplicável.


Fábio Carvalho

https://br.linkedin.com/in/fabioapcarvalho

Graduado em Sistemas de Gestão e Gestão da Qualidade, com pós-graduação em Engenharia da Qualidade e Gestão de Saúde, e com MBA em Controladoria, Auditoria e Compliance e ainda MBA em Governança Corporativa Estratégica.

Profissional com vivência de mais de 20 anos implementando, coordenando e auditando Sistemas de Gestão da Qualidade e Ambiental; Atua com as normas de gestão da qualidade (ISO 9001 / IATF 16949 / ISO IEC 17025 / ISO IEC 17065 / ANS RN 507 / ANS RN 518 / ANS RN 506), gestão ambiental (ESG, GHG, CFP, ISO 14001) e gestão de saúde e segurança do trabalho (ISO 45001), oferecendo também treinamento nestas normativas e ferramentas relacionadas. Atua ainda como auditor de 3ª parte em Organismos de Certificação de sistemas de gestão e de produtos e serviços.